Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)
DESCRIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM SÍFILIS ADQUIRIDA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS EM PERNAMBUCO
Abstract
Introdução/Objetivo: A sífilis é uma das principais infecções sexualmente transmissíveis de causa bacteriana, possuindo uma evolução crônica e um quadro sintomatológico variado, que muitas vezes dificulta o diagnóstico, sobretudo nos estágios iniciais. Apesar dos esforços, ainda é uma doença recorrente com potencial gravidade. Assim, este trabalho objetiva descrever o perfil epidemiológico de pacientes com sífilis adquirida no estado de Pernambuco. Métodos: Realizado um estudo descritivo e retrospectivo, utilizando dados secundários obtidos no TABNET do DATASUS com dados de 2017 a 2021 e envolvendo pacientes portadores de sífilis adquirida do estado de Pernambuco. Foram calculados indicadores de incidência, prevalência e medidas de frequência absolutas e relativas. Resultados: Em Pernambuco, entre 2017 e 2021, foram registrados 25.928 casos de sífilis adquirida, sendo destes, 62% do sexo masculino. O ano de 2019 foi o de maior notificação, com 30% do total. Quanto à faixa etária, houve maior prevalência de 20-39 anos (aproximadamente 57%). Observou-se também que 24% pacientes eram analfabetos ou tinham ensino fundamental incompleto. Em relação à raça/cor, 63% se identificavam pretos ou pardos. Ademais, 65% pacientes tiveram diagnóstico laboratorial e apenas 7 (0,02%) evoluíram para óbito pelo agravo notificado. Quanto ao município de residência, a maioria residia na Região Metropolitana de Recife (RMR), sendo Recife o município com maior porcentagem de portadores (25%). Fora a RMR, Vitória de Santo Antão foi a cidade com maior quantitativo, tendo 734 casos. Conclusão: De acordo com a coleta dos dados, notou-se que homens pretos e pardos, em idade de início da vida sexual, com pouco acesso à educação e residentes na RMR são mais acometidos por essa patologia, tendo baixa probabilidade de um desfecho negativo a vida do paciente. Desse modo, os fatores associados como sexo, idade, escolaridade e região de residência são altamente relevantes para o entendimento da dinâmica saúde-doença. Além disso, identificar os casos para subsidiar as ações de prevenção e de controle é imprescindível, pois a partir desses mecanismos a cadeia de transmissão é interrompida e o tratamento curativo pode ser feito de forma eficiente.