Labor & Engenho (Jun 2015)

"Empurrador de canoa não ganhava nada não". Os vareiros do rio Grajaú e a circulação de mercadorias, pessoas e sonhos

  • Alan Kardec Gomes Pachêco Filho

DOI
https://doi.org/10.20396/lobore.v9i2.8635574
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 2

Abstract

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Reflete-se sobre o rio Grajaú, sua navegação e importância para a circulação de pessoas e mercadorias no Maranhão a partir de fragmentos de memória dos vareiros, O rio Grajaú ainda que de difícil navegação, tornou-se o caminho para o norte e corredor natural de exportação e importação de todo o centro sul e sertão maranhense, expandindo a zona de comércio da região até o norte de Goiás e o sul do Pará. Com o aparecimento de caminhões, a partir de 1950, utilizados para o transporte de mercadorias na região, houve uma tendência da navegação fluvial diminuir seu ritmo, principalmente no verão, quando o rio deixou de ser navegado por grandes embarcações. As águas do rio Grajaú não transportaram somente produtos. Como agente de ligação, o rio carregou um dos principais personagens dessa circulação, os vareiros. Esses trabalhadores do rio, além de empurrarem embarcações com varas, cheias de mercadorias, ora a favor ora contra a correnteza do rio, compartilharam experiências em dois ambientes muito distintos: o litoral e o sertão.

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