Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Apr 2023)

SÍNDROME MIELODISPLÁSICA APÓS TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA COM HORMONIOTERAPIA ADJUVANTE

  • Iris Mattos Santos Pirath,
  • Heloisa Zorzi Costa,
  • Chandra Chiappin Cardoso,
  • Andressa Oliveira Martin Wagner,
  • Maria Claudia Santos da Silva

Journal volume & issue
Vol. 45
p. 7

Abstract

Read online

Paciente de 79 anos, sexo feminino, com histórico de câncer de mama em remissão (uso de hormonioterapia adjuvante com anastrozol), diabetes mellitus tipo 2 e hipotireoidismo.No momento da admissão no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, queixava-se de tosse, queda do estado geral, inapetência, fraqueza, redução da ingesta alimentar, confusão e desorientação. Além disso, relatava febre, associada a tremores, sudorese noturna e perda ponderal de cerca de 3 quilos na última semana. No hemograma, foi observado pancitopenia (hemoglobina: 9.6 g/dl, 1.030 leucócitos/mm3 e 91.000 plaquetas/mm3), além da presença de 1.6% de blastos de médio a grande tamanho, alta relação N/C, cromatina regular moderadamente grosseira com presença de nucléolo e citoplasma basofílico. Na avaliação imunofenotípica da amostra de medula óssea por citometria de fluxo, foi observado alterações fenotípicas nas células na série neutrofílica (perda de expressão de CD10 e aumento de CD64 nas células maduras) e a presença de 13.4% de células imaturas representadas por blastos CD34++ (6.6%), células monocíticas imaturas (2.5%), células dendríticas (2.3%) com expressão parcial e aberrante de TdT e precursores de células NK (2.0%). Os blastos apresentaram o seguinte fenótipo: CD34++, CD45+, CD117-/+, CD13+, CD33+FR, CD38-/+, HLA-DR-/+ e MPO, CD19, CD3, CD3 citoplasmático negativos; além da expressão parcial e aberrante de CD7, CD10, CD22 e TdT. Essas características sugerem síndrome mielodisplásica com excesso de blastos do tipo 2. Para a auxiliar na classificação de risco, foi coletado material para a realização do cariótipo, no entanto, a avaliação foi prejudicada devido à ausência de crescimento celular. Após tratamento, a paciente evoluiu com controle da infecção e melhora dos parâmetros avaliados no hemograma.