Revista Brasileira de Fruticultura (Aug 2006)

Suscetibilidade de cercas-vivas, quebra-ventos e plantas invasoras ao vírus da leprose e sua transmissão para laranjeiras por Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae) Infection in hedgerows, windbreaks and weeds by leprosies virus and its transmission to orange trees by Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae)

  • Ozana Maria de Andrade Maia,
  • Carlos Amadeu Leite de Oliveira

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-29452006000200012
Journal volume & issue
Vol. 28, no. 2
pp. 209 – 213

Abstract

Read online

Objetivou-se avaliar a potencialidade de algumas plantas freqüentes em pomares cítricos de hospedar o vírus da leprose, transmitido por Brevipalpus phoenicis (Geijskes). Foram utilizadas as seguintes plantas: Hibiscus sp. L., Malvaviscus mollis DC., Grevillea robusta A. Cunn., Mimosa caesalpiniaefolia Benth., Bixa orellana L., Commelina benghalensis L., Bidens pilosa L., Sida cordifolia L. e Ageratum conyzoides L.. Duas criações-estoque do ácaro foram realizadas, sendo uma sobre frutos com sintomas de leprose e outra sobre frutos sem sintomas. De cada planta hospedeira do ácaro, escolheram-se duas folhas, delimitando-se na face inferior de cada planta uma área, que recebeu ácaros criados sobre frutos com lesões de leprose, que aí permaneceram durante sete dias. Os ácaros foram em seguida transferidos para mudas cítricas das variedades Natal e Valência e mantidos em casa de vegetação. As folhas das diferentes espécies vegetais sobre as quais os ácaros estavam anteriormente, foram destacadas e conservadas em placas de Petri, sobre algodão e papel-filtro umedecido. Ácaros criados sobre frutos sem lesões de leprose foram mantidos por três dias sobre essas folhas e, posteriormente, transferidos para novas mudas cítricas, que também foram subseqüentemente mantidas em uma casa de vegetação. Após 60 dias, quantificou-se o número de lesões de leprose nas mudas cítricas. Os resultados evidenciaram que o ácaro não perdeu a capacidade de transmissão do vírus para mudas cítricas após acesso alimentar por sete dias sobre qualquer uma das plantas intermediárias consideradas no estudo. Ácaros provenientes de frutos sem lesões de leprose adquiriram o vírus da leprose e o transmitiram a mudas cítricas quando tiveram acesso alimentar a C. benghalensis, A. conyzoides, B. pilosa, S. cordifolia e B. orellana, onde, anteriormente, ácaros criados sobre frutos com lesões de leprose permaneceram por sete dias. Estes resultados evidenciam a potencialidade de estas plantas serem depositárias e fonte de transmissão do vírus para plantas cítricas suscetíveis.The objective was to evaluate the potential of some common plants in and around citrus orchards to host the leprosies virus, transmitted by the mite Brevipalpus phoenicis (Geijskes).It was used the following plants: Hibiscus sp. L., Malvaviscus mollis DC., Grevillea robusta A. Cunn., Mimosa caesalpiniaefolia Benth., Bixa orellana L., Commelina benghalensis L., Bidens pilosa L., Sida cordifolia L. and Ageratum conyzoides L.. Two stock colonies of the mite were set up; one on fruits with leprosies symptoms and other on fruits without symptoms. Two leaves were selected from each host plant, on which mites reared on fruits with leprosies lesions, and were confined during seven days. Subsequently, the mites were transferred to citrus seedlings variety Natal and Valencia and taken to a greenhouse. The leaves infested with mites were removed and placed on cotton and filter paper in Petri dishes. Mites reared on fruit without leprosies lesions were allowed to feed on the host plant leaves during three days, and were then transferred to citrus seedlings, which were taken to the greenhouse. After 60 days, the number of lesions on the citrus seedlings was counted. The mites continued to transmit the virus to citrus seedlings, even after seven days of feeding on the host plants. Mites reared on fruit without leprosies lesions, acquired the virus and transmitted it to citrus seedlings when kept on C. benghalensis, A. conyzoides, B. pilosa, S. cordifolia or B. orellana leaves on where mites from leprosies lesions had been previously reared. It was conclude that these plants can be depositories and sources for transmission of leprosies virus to susceptible citrus plants.

Keywords