Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

ANÁLISE DE CITOCINAS E QUIMIOCINAS NO PLASMA DE PACIENTES COM COVID-19 E DOADORES DE SANGUE ASSINTOMÁTICOS INFECTADOS COM SARS-COV-2

  • DG Chaves,
  • IR Oliveira,
  • AL Araújo,
  • ML Botelho,
  • FA Gonçalves,
  • LSMF Boy,
  • HM Moreira,
  • MCFS Malta,
  • EFB Stancioli,
  • MA Ribeiro,
  • ML Martins

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S508

Abstract

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Objetivos: Comparar níveis de citocinas e quimiocinas entre indivíduos infectados com SARS-CoV-2 com COVID-19 grave ou com a forma assintomática da infecção, a fim de avaliar quais destes marcadores biológicos de resposta inflamatória são indicadores de gravidade da infecção viral. Métodos: Foram analisados dados clínicos de 48 pacientes com COVID-19 hospitalizados no Hospital Eduardo de Menezes (FHEMIG, MG) no período de 07 de julho a 21 de novembro de 2020, que necessitaram ou não de assistência em terapia intensiva (grupos UTI e sem UTI, respectivamente). Foi feita a quantificação dos níveis de citocinas (IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, TNF, IFN-, IL-17A) e quimiocinas (CCL2, CCL5, CXCL8, CXCL9 e CXCL10) do plasma de 14 pacientes UTI e 17 pacientes sem UTI que tinham COVID-19 grave no momento da coleta da amostra, além de 24 doadores de sangue da Fundação Hemominas com infecção ativa pelo SARS-CoV-2 (RT-PCR positiva) que eram assintomáticos no momento da coleta da amostra. Resultados: A análise clínica dos pacientes UTI (n = 19) em comparação àqueles que não usaram UTI (n = 29) não mostrou diferença estatística quanto à frequência de comorbidades e de sinais e sintomas para COVID-19 na admissão hospitalar. A comorbidade mais comum foi hipertensão (62,5%), seguida por diabetes (37,5%) e obesidade (22,9%). Tosse, dispneia, febre, fatiga e mialgia foram os sinais e sintomas mais prevalentes de COVID-19 em ambos os grupos. Entretanto, os pacientes UTI desenvolveram doença grave ou crítica que requereu um período de hospitalização em média duas vezes mais longo que o grupo sem UTI (p < 0,001). O conjunto dos pacientes com COVID-19 mostrou níveis significativamente mais altos de IL6, IL10 e CCL5 que os doadores assintomáticos. Na comparação dos grupos dos pacientes houve diferença significativa apenas para IFN, com níveis mais elevados nos pacientes UTI. Discussão: Apesar do grupo de pacientes UTI apresentarem quadro de COVID-19 mais grave que os pacientes sem UTI, a frequência de sinais e sintomas da doença e de comorbidades não foi significativamente diferente entre os grupos. A evolução da COVID-19 de assintomática para grave e crítica tem sido associada com intensa resposta inflamatória, o que está de acordo com maiores níveis de IL6, IL10 e CCL5 observados nos pacientes em comparação aos doadores assintomáticos. Nível de IFN pode ser especial indicador de gravidade da doença. Conclusão: Marcadores biológicos, como citocinas e quimiocinas, podem ser melhores preditores de evolução da COVID-19 que sinais clínicos e sintomas. Suporte financeiro: Fundação Hemominas e SES/MG.