Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

CARACTERIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DO PROTOCOLO DE SEPSE EM HOSPITAL TERCIÁRIO DA CIDADE DE GOIÂNIA

  • Diego Gonçalves Camargo,
  • Juliane Amaral Toledo e Vieira,
  • Adriana Oliveira Guilarde,
  • Juliana Alves Costa Moreira,
  • Haline Reis De Oliveira,
  • Ariana Rocha Romão Godoi,
  • Lucas Candido Gonçalves Barbosa,
  • Matheus Henrique Gonçalves Santos,
  • Ciro Bruno Silveira Costa,
  • Vanúsia Rodrigue Leite,
  • Sorreylla Paulla Silva Vasconcelos,
  • Tatiane Barbosa Mendes de Freitas Lemes,
  • Laryssa Martins Mendes Silva

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103339

Abstract

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Introdução: A sepse é definida pela presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida, devido à resposta inflamatória exacerbada do hospedeiro à infecção. A fim de melhorar o manejo da sepse, foi instituída o Protocolo de Sepse, embasado na campanha do Surviving Sepsis, cujas diretrizes orientam medidas para otimizar o diagnóstico entre a equipe de assistência à saúde e o tratamento efetivo. Objetivo: Caracterizar os resultados da implantação do Protocolo de Sepse em unidade terciária de assistência à saúde, na região centro-oeste do Brasil. Métodos: Estudo descritivo de dados obtidos a partir da implantação de protocolo de sepse na instituição. Local: hospital terciário de 176 leitos ‒ 20 leitos de UTI, 94 cirúrgicos, 26 clínicos; 20 de COVID-19 e 16 de reabilitação. Período: março 2022 a fevereiro 2023. Instrumento de avaliação: fichas de abertura de protocolo de sepse, exame de lactato, auditoria dos antimicrobianos e declaração de óbito. Armazenamento e análise de dados: planilha Google drive, softwares STATA 16.0 e Jamovi 2.3. Significância estatística de p<0,05. Resultados: Foram identificados 336 casos de sepse, com média de 63,8 anos (DP=20,4), mínimo 5 e máximo 96. Houve predomínio do sexo masculino (58,9%). A distribuição dos casos nos setores foram: 56,5% UTI; 18,2% UTI COVID-19; 18,8% Unidade Clínica; 4,2% Unidade Cirúrgica; 2,1% Unidade de Reabilitação. A abertura do protocolo de sepse deu-se em 29,8% de casos em choque séptico, 37,5% sepse, 9,8% de infecção sem sepse e 0,6% descartado infecção. O protocolo foi aberto na maioria das vezes pela equipe médica (81,%), seguido da enfermagem (17,6%) e equipe multiprofissional (1,4%). A fonte de detecção dos casos foi pelo preenchimento da ficha instituída para abertura do protocolo de sepse, 204/226 (60,7%); seguida da detecção do lactado arterial, 85/336 (25,3%). A média de tempo para coleta de lactato foi de 1h13min (DP=31 min); para coleta de hemoculturas 1h12min (DP: 1h1min); para início da antibioticoterapia de 1h23min (DP=36 min). A letalidade associada à sepse foi de 32,1%. Pacientes com abertura do protocolo em status de choque séptico tiveram letalidade significativamente maior (OR=2,88, 95% IC 1,74‒4,76; p<0,001). Conclusão: A maioria dos casos ocorreu em idosos do sexo masculino, com letalidade de 32%. O diagnóstico em status de choque séptico resultou em pior prognóstico. Os dados mostram a necessidade do diagnóstico e tratamento precoce, a fim de garantir melhores desfechos.

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