Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ANÁLISE TRANSFUSIONAL DAS CIRURGIAS ELETIVAS EM UM HOSPITAL DE ENSINO DA AMAZÔNIA

  • VS Siqueira,
  • MMR Basílio,
  • SHSS Teixeira,
  • EA Fonseca,
  • Y Rosário,
  • F Trindade,
  • J Costa

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S811

Abstract

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Introdução: O concentrado de hemácias (CH) é amplamente empregado na prática clínica para tratar anemias, incluindo hemorragias agudas. Para otimizar estoques e recursos financeiros, são empregados protocolos de reserva cirúrgica personalizados. Esses protocolos são baseados em cálculos matemáticos, como o índice de utilização de concentrado de hemácias (IUCH), índice de pacientes transfundidos (IPT) e maximum surgical blood order schedule (MSBOS). O estudo correlacionou procedimentos cirúrgicos realizados com os valores pré-operatórios de hemoglobina (Hb), analisando solicitações de reserva cirúrgica para identificar padrões hematológicos que impactam desfechos transfusionais. Objetivos: Verificar quais cirurgias foram efetuadas e quantas bolsas de CH foram reservadas e utilizadas no ano de 2023. Analisar o perfil de Hb dos pacientes que seguiram para cirurgia e qual o impacto transfusional de acordo com o protocolo. Metodologia: : A pesquisa analisou retrospectivamente todas as solicitações de sangue recebidas pela Agência Transfusional (AT) para cirurgias eletivas adultas. As solicitações foram categorizadas por tipo de cirurgia e registradas em planilhas, onde foram verificados o número de cirurgias eletivas solicitadas, a hemoglobina total e média por procedimento. Também foi avaliada a hemoglobina média que indicava a necessidade de transfusão. Resultados: A análise da quantidade de solicitações de sangue recebidas pela AT, apresentou os seguintes dados: 276 cirurgias de histerectomias (HTA), 25 gastroduodenectomias, 20 laparotomias exploradoras (LE), 20 hepatectomias, 7 ooforectomias, 6 esplenectomias, 5 miomectomias, 3 mastectomias, 3 pleuroscopias, 2 nefrectomias, 2 colpoperineoplastias, 1 colectomia e 1 esvaziamento molar. Entre as cirurgias avaliadas, 4 evoluíram com transfusão de CH: pleuroscopia (2 - 66,6%), LE (2 - 10%), hepatectomias (2 - 10%) e HTAs (7 - 3,2%). A média de Hbs dos pacientes que receberam transfusão durante o procedimento cirúrgico foi de 13 g/dl nas hepatectomias, 9,7 g/dl nas HTAs, 9,5 g/dl na pleuroscopia e 8,6 g/dl nas LE. Nos pacientes que não receberam transfusão, a média de Hb foi de 11,7 g/dl, 11,7 g/dl 10,7 g/dl, e 10,2 g/dl para os mesmos procedimentos, respectivamente. Discussão: As cirurgias mais frequentes foram HTA, gastroduodenectomia, LE e hepatectomia. Apenas uma hepatectomia necessitou de transfusão, e o paciente tinha Hb mais alta que os que não precisaram de transfusão, possivelmente devido à natureza da patologia. A pleuroscopia teve mais transfusões em comparação com outras cirurgias, o que pode ser explicado pela pequena amostragem e possível viés de seleção conforme a patologia do paciente. Conclusão: O estudo analisou o uso de concentrados de hemácias em cirurgias, focando em protocolos personalizados para economizar recursos. Identificou que histerectomias foram as cirurgias mais comuns. Houve variações significativas na necessidade de transfusão conforme o tipo de procedimento. Os resultados destacam a importância de protocolos hematológicos para otimizar o uso de sangue durante cirurgias, visando melhores desfechos clínicos e econômicos.