Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
LINFOMA DE HODGKIN: AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL
Abstract
Introdução: Linfoma de Hodgkin (LH) é neoplasia de origem linfática, caracterizada por disseminação ordenada, em linfonodos contíguos. Tem origem a partir de mutação em linfócito B (“crippling”) que não sofre apoptose e se prolifera, disseminando-se em eixo axial (cervical & mediastinal, comumente). Pode evoluir a óbito em meses se não diagnosticado e tratado adequadamente. A necessidade de se estabelecer perfil epidemiológico por permitir identificação de população mais acometida e/ou suscetível à doença, se faz necessária na busca de maior conhecimento da etiopatogenia envolvida. Objetivo: Avaliar pacientes diagnosticados com LH, através da base de dados do Atlas de Mortalidade por Câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA), comparando-os à literatura. Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo descritivo em abordagem quantitativa, embasada por análise de dados digitais dos registros em Atlas de Mortalidade por Câncer - Instituto Nacional de Câncer (INCA), de 1979 a 2022. Estes dados são de domínio público e encontram-se disponíveis em www.inca.gov.br; dispensada a avaliação de Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) em seres humanos. Os dados foram analisados pelo software Google Planilhas. Na avaliação da mortalidade, os dados foram agrupados conforme CID-10 (CID-C81), com seleção dos CIDs de interesse no Atlas de Mortalidade por Câncer (Modelos 1, 2 e 10). Admitiu-se, para análise das frequências de mortalidade, os números absolutos de óbitos/ano e sua distribuição por faixa etária. Resultados e discussão: Pacientes do sexo masculino (59,9%), tiveram maior propensão a desenvolver o LH do que mulheres, na faixa etária de 15-29 anos, com maior expressão entre 30-39 e 60-69. A porcentagem de óbitos (relativas ao total de mortes por neoplasias) diminuiu 66,9%, saindo de 0,68% (0,86% homens, 0,5% mulheres) para 0,225% (0,24% homens, 0,21% mulheres), desde 1979. Perfil Médio de Mortalidade (PMM): Evoluiram a óbito homens entre 40 a 49 anos. Conclusão: Nossos resultados apontam para maior prevalência do LH em homens jovens de 15 a 29 anos. A redução proporcional de óbitos poderia sugerir avanços significativos no diagnóstico e tratamento pertinentes. No entanto, o aumento absoluto de óbitos na última década alerta para investigação adicional sobre o que levou a esta tendência. A persistência de números constantes de óbitos até 2011 e aumento nos anos subsequentes, deveria abordar fatores socioeconômicos, ambientais e/ou genéticos para esta mudança. Há indicativo positivo, pela queda proporcional, de que esforços diagnósticos & terapêuticos têm sido mais eficazes. PMM apontou para homens de 40 a 49 anos, o que demanda políticas de Saúde Pública mais incisivas, como programas de rastreamento em grupos de risco e campanhas de conscientização sobre os sinais e sintomas do LH, evitando-se diagnósticos tardios o que favoreceria tratamentos mais eficazes.