Revista de Estudos da Linguagem (Mar 2014)
Línguas de ritmo silábico
Abstract
Uma das questões mais polêmicas da história da Fonética é, semdúvida, a discussão sobre a tipologia rítmica das línguas. Fora datradição greco-latina da versificação poética, a noção de ritmo foiconfundida com a velocidade de fala, por muito tempo. No começodo século passado, surgiu a ideia da dicotomia entre língua deritmo acentual e língua de ritmo silábico, também fortementeinfluenciada pela teoria da versificação poética. Nesse mesmocontexto, surgiu um terceiro tipo de língua, chamado de línguade ritmo moraico e aplicado quase exclusivamente ao japonês.Com as pesquisas acústicas e tratamentos estatísticos de dadosgerados por análises eletrônicas computacionais da fala, a tipologiarítmica das línguas ficou mais confusa, com o surgimento de váriostipos de língua quanto ao ritmo. O presente trabalho discutealgumas dessas ideias, mostrando que houve um grande equívocopor parte de alguns pesquisadores quanto à caracterização daslínguas de ritmo silábico. A noção de moras é revisitada e seupapel é melhor definido nos estudos rítmicos da fala.