Revista Brasileira de Ortopedia (Oct 2011)

Transferências microcirúrgicas do músculo grácil para flexão do cotovelo na lesão do plexo braquial do adulto: estudo retrospectivo de oito casos Microsurgical transfer of the gracilis muscle for elbow flexion in brachial plexus injury in adults: retrospective study of eight cases

  • Luiz Koiti Kimura,
  • Alexandre Tadeu do Nascimento,
  • Roberto Capócio,
  • Rames Mattar Junior,
  • Marcelo Rosa Rezende,
  • Teng Hsiang Wei,
  • Luciano Ruiz Torres,
  • Fernando Munhoz Moya

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-36162011000500009
Journal volume & issue
Vol. 46, no. 5
pp. 534 – 539

Abstract

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OBJETIVO: O tratamento das lesões do plexo braquial representa um grande desafio, principalmente as lesões tardias, com mais de 12 meses de evolução. Analisamos retrospectivamente pacientes que foram submetidos a uma das possibilidades para tentar restaurar a função do membro superior afetado nestas condições, a transferência microcirúrgica do músculo grácil para flexão do cotovelo. MÉTODOS: Foram incluídos oito pacientes, divididos em dois grupos: um cujo procedimento realizado consistia em neurorrafia do retalho muscular com enxerto de nervo sural e anastomoses mais distais; o outro em que a neurorrafia era realizada diretamente no nervo espinal acessório, e anastomose nos vasos toracoacromiais. RESULTADOS: Encontramos significante diferença entre os grupos, sendo que aqueles submetidos à neurorrafia direta obtiveram resultados satisfatórios em maior número (75% M4) quando comparados com o outro grupo, que fez uso de enxerto para neurorrafia, em que foi menor o sucesso do procedimento (25% M4). CONCLUSÃO: Pacientes submetidos à transferência funcional microcirúrgica do músculo grácil cujas anastomoses vasculares foram realizadas nos vasos toracoacromiais apresentaram melhor resultado funcional do que aqueles que tiveram suas anastomoses realizadas na artéria braquial e consequente utilização de enxerto de nervo.OBJECTIVE: Treating brachial plexus injuries is a major challenge, especially lesions that are presented late, with more than 12 months of evolution. We retrospectively analyzed patients who underwent one of the possibilities for attempting to restore the function of upper limbs affected under such conditions: microsurgical transfer of the gracilis muscle for elbow flexion. METHODS: Eight patients were included, divided into two groups: one in which the procedure consisted of neurorrhaphy of the muscle flap with sural nerve grafting and anastomosis more distally; and the other, in which the neurorrhaphy was performed directly on the spinal accessory nerve, with anastomosis in thoracoacromial vessels. RESULTS: We found a significant difference between the groups. A greater number of satisfactory results (75% M4) were found among patients who underwent direct neurorrhaphy, whereas the procedure using grafts for neurorrhaphy was less successful (25% M4). CONCLUSION: Patients who underwent microsurgical functional transfer of the gracilis muscle in which vascular anastomoses were performed in thoracoacromial vessels presented better functional outcomes than shown by those whose anastomoses were in the brachial artery with subsequent use of a nerve graft.

Keywords