Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Jul 2018)

Utilização de cuidados médicos associados com a tensão arterial em doentes hipertensos: uma análise longitudinal comparando nativos e imigrantes africanos

  • Bernardete Pinheiro,
  • Milene Fernandes,
  • Violeta Alarcão,
  • Paulo Nicola,
  • Marília Antunes,
  • Evangelista Rocha

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v34i4.12477
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 4

Abstract

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Introdução: A diversidade étnica e cultural em Portugal tem reforçado a importância de adequar os serviços de saúde às necessidades em saúde de diferentes populações. Este estudo pretende analisar longitudinalmente os fatores associados à utilização de cuidados de saúde em hipertensos tratados portugueses e imigrantes africanos. Métodos: Estudo longitudinal com hipertensos tratados seguidos nos cuidados de saúde primários da região de Lisboa, entre setembro de 2010 e março de 2012. Incluíram-se 233 nativos caucasianos e 170 imigrantes africanos. Aplicaram-se três questionários presencialmente (zero, seis e doze meses) e dois telefonicamente (três e nove meses). O indicador de consumo de recursos foi o número de consultas médicas motivadas pela hipertensão nos três meses anteriores à entrevista. Para a identificação dos fatores estimou-se um modelo longitudinal linear generalizado misto por grupo. Resultados: Mais nativos do que imigrantes consultaram o médico de família no último ano (76,0% vs 64,7%, p=0,019). No entanto, mais imigrantes recorreram a cuidados com caráter de urgência (12,4% vs 5,2%, p=0,016). A proporção de indivíduos que foram ao médico, pelo menos uma vez, não diferiu nos dois grupos (46,5% vs 41,6%, p=0,387). Ajustando para todas as variáveis, a utilização de cuidados médicos pelos nativos revelou estar associada à idade (eβ=1,036; p=0,021), diabetes (eβ=1,898; p=0,006), controlo da hipertensão (OR=1,036; p=0,007), não controlo autopercecionado (eβ=0,596; p=0,033) e tempo de seguimento (eβ=0,771; p=0,001). Nos imigrantes, os fatores significativos foram: estado civil (eβ=2,228; p=0,025), não controlo autopercecionado (eβ=0,580; p=0,013), tempo desde diagnóstico de hipertensão (eβ=1,021; p=0,016) e tempo seguimento (eβ=0,689; p

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