Revista de Investigações Constitucionais (Jul 2024)

A inconstitucionalidade da criminalização da assistência ao suicídio e o teste da proporcionalidade: uma perspectiva comparada de cortes constitucionais

  • Anizio Pires Gavião Filho,
  • José Francisco Dias da Costa Lyra

DOI
https://doi.org/10.5380/rinc.v11i2.93413
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 2
pp. e267 – e267

Abstract

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O presente texto pretende analisar, desde a perspectiva do teste da proporcionalidade, a punição da assistência ao suicídio estabelecida pelo legislador brasileiro, procurando-se demonstrar, com base num diálogo das fontes constitucionais, que o marco punitivo é inconstitucional, por violar o princípio da autonomia individual e, pois, a dignidade da pessoa humana do paciente que se encontra em estado terminal e, por isso, decide pôr termo à sua existência. Será que um paciente gravemente enfermo – padecendo de intenso sofrimento – não possui autonomia para decidir não continuar vivendo? Todo e qualquer auxílio a ele prestado constitui delito, uma modalidade de assistência delitiva, na forma do art. 122, caput, da CPB? Não há uma restrição excessiva aos direitos de liberdade e de autonomia? Questões que irão nortear o artigo e que auxiliarão na elaboração das possíveis respostas serão desenvolvidas no corpo do trabalho. Para tanto, primeiro, revisita-se o princípio da dignidade da pessoa humana, em seguida analisa-se as decisões dos tribunais constitucionais de diversos países sobre o tema. Por último, submete-se o marco punitivo ao teste da proporcionalidade. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e jurisprudencial comparativa, desenvolvida com base no método dedutivo e exploratório.

Keywords