Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR ANEMIA FERROPRIVA NO ESTADO DA BAHIA

  • ACS Almeida,
  • AVC Codeceira,
  • AR Alves,
  • FMN Souza,
  • IOS Pereira,
  • JMC Oliveira,
  • LC Lins,
  • LS Silva,
  • MB Silva,
  • NBA Miranda

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S11 – S12

Abstract

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Objetivos: Descrever as internações hospitalares por anemia ferropriva no estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10, no período de janeiro de 2015 a maio de 2021, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. Material e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde. Resultados: Foram registradas 4.545 internações por anemia ferropriva na Bahia, sendo o 5° estado do país com o maior número de casos. O valor total gasto foi Rid=”mce_marker”.644.726,16, correspondendo a 6% do total do Brasil; e o valor médio por internamento foi R$ 361,88. Dos pacientes internados, 59% eram do sexo feminino e 62,7% da cor/raça parda. As hospitalizações deram-se, principalmente, entre adultos, sendo a faixa etária predominante de 40-49 anos (15,5%), seguida de 70-79 anos (14,3%). 98,6% dos atendimentos foram em caráter de urgência, e o tempo médio de permanência das internações foi de 5,3 dias. A taxa de mortalidade foi de 6,36%, e maior em pacientes do sexo masculino, acima de 80 anos de idade, e de cor/raça preta. Discussão: O maior acometimento do sexo feminino condiz com os dados epidemiológicos da doença, que afirmam a sua maior prevalência em mulheres, especialmente em idade reprodutiva, e em crianças. O predomínio das hospitalizações entre adultos pode ser explicado pelo fato de que, nessa faixa etária, as principais etiologias se relacionam a episódios de perdas sanguíneas, o que requer rápida intervenção terapêutica e investigação mais apurada, por possível associação com condições de base graves, como malignidades. Já em crianças, a principal causa é o déficit nutricional, decorrente de maior demanda corporal de ferro na infância. A letalidade, apesar de baixa, foi maior em idades mais avançadas, possivelmente pelas comorbidades e maior fragilidade do paciente idoso. Conclusão: Apesar de não ser causa tão frequente de internações, a anemia ferropriva é um importante problema de saúde pública, devido à sua elevada prevalência e às suas consequências, especialmente entre camadas socialmente menos favorecidas. Sendo assim, deve-se buscar a prevenção e controle dessa condição, priorizando-se estratégias como educação nutricional, fortificação alimentar e suplementação profilática; bem como investigação da condição de base e seu correto tratamento, além de reposição oral ou intravenosa de ferro.