Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG (Mar 2010)

O fluxo imaginário da memória: a animação como arte de conjurar/construir o passado israelense

  • Alcebíades Diniz Miguel

DOI
https://doi.org/10.17851/1982-3053.4.6.4-12
Journal volume & issue
Vol. 4, no. 6
pp. 4 – 12

Abstract

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A arte da animação apresenta, como base de constituição, a estilização radical do universo que lhe serve de referência. Essa estilização, contudo, não ocorre a partir de materiais desconectados da realidade referencial, a realidade referencial, como nas caricaturas, ainda está presente e sua deformação denuncia um processo ideologicamente formativo. A moderna animação, globalizada e democratizada graças ao progresso tecnológico, não está isenta desses aspectos ideológicos. A produzida em Israel, coroada pelos vários prêmios internacionais concedidos ao longa metragem de animação "ʺValsa com Bashir"ʺ (Vals im Bashir, 2008) de Ari Folman, reproduz o problema crucial da estilização na representação da catástrofe histórica agravado pelo complexo de culpa gera a necessidade de um realismo de denúncia ideológica que, em última instância, anula o valor simbólico da animação como arte estética, convertida em crônica parcial de uma realidade muito mais complexa.