Revista Espaço Acadêmico (Sep 2014)

Políticas públicas, gastos sociais e necessidades humanas. Liberais, keynesianos e marxistas, em confronto, hoje

  • Luiz Antônio Afonso Giani

Journal volume & issue
Vol. 14, no. 160

Abstract

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Entre as “jornadas de junho” de 2013-2014, despontou um debate crucial: acumulação do capital e miséria. A acumulação impede a canalização da riqueza para as necessidades de quem a produz, os trabalhadores. Confirmando a hipótese que orienta o estudo, há vertentes do pensamento, nas análises e opiniões veiculadas no jornalismo econômico, que apontam para o fato de que políticas e gastos sociais públicos vem sendo priorizados, sem que, para tanto, seja desatado o nó que atrela a precariedade de vida dos trabalhadores ao crescimento econômico. Devido à irrisória ou inexistente tributação do capital patrimonial e rentista, persiste o estrangulamento do custeio das políticas públicas e programas sociais. A forma iluminista de avanço do progresso e tecnologia é cada vez mais desmitificada, com sua vocação para a barbárie estampada na face, quando os limites insuportáveis de exploração do trabalho e da acumulação do capital são questionados pela própria produção da abundância. Uma vertente auto-intitulada “progressista” aponta a redistribuição da riqueza, a equidade, como fundamento para o crescimento econômico, contra a vertente conservadora e o velho princípio dominante de que impostos mais altos para os ricos e assistência ampliada aos pobres prejudicam o crescimento. Tais reflexões são postas sob a mira da crítica radical da economia política, quando a Teoria Crítica recorre aos “Manuscritos de 1844”, de Marx, interpretados por Marcuse.

Keywords