Angiologia e Cirurgia Vascular (Sep 2012)

Trombose venosa profunda e sua relação com trombofilias e neoplasias: estudo retrospectivo Deep venous thrombosis and its relationship with thrombophilias and malignancies: retrospective study

  • Ana Vieira Baptista,
  • Luís Antunes,
  • Joana Moreira,
  • Ricardo Pereira,
  • Anabela Gonçalves,
  • Gabriel Anacleto,
  • João Alegrio,
  • Manuel Fonseca,
  • Óscar Gonçalves,
  • Albuquerque Matos

Journal volume & issue
Vol. 8, no. 3
pp. 127 – 132

Abstract

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Objectivos: Avaliação dos resultados obtidos através dos protocolos instituídos no Serviço para despiste de trombofilias e/ou neoplasias em doentes internados ao longo de 5 anos com o diagnóstico de trombose venosa profunda (TVP). Material e métodos: Estudo retrospectivo, através da consulta dos processos hospitalares, de todos os doentes com idade igual ou inferior a 50 anos internados no Serviço entre 01 de Janeiro de 2006 e 31 de Dezembro de 2010 com esse diagnóstico, e análise dos resultados obtidos nos protocolos. Resultados: De um total de 89 doentes, 64 (71,9%) eram do sexo feminino e 25 (28,1%) do masculino, sendo a média de idades de 33,3 ±10,0 anos. 14,6% dos doentes já haviam tido, pelo menos, um episódio prévio de TVP e 78,7% apresentavam, pelo menos, um factor de risco. Em 65 doentes (73,0%) foi aplicado o protocolo de despiste de trombofilias e de neoplasias, tendo sido detectadas trombofilias congénitas em 41 doentes (63,1%), dois casos de síndrome dos anticorpos anti-fosfolipídicos (SAF), um caso de gamapatia monoclonal, um de neoplasia do pulmão e um de cordoma do sacro. 49 dos doentes que realizaram os protocolos (75,4%) foram orientados para a Consulta de Hematologia, sendo que em 40 deles (81,6%) foi sugerido manter a anticoagulação oral por um período superior a 12 meses. Conclusões: Dada a elevada prevalência de polimorfismos genéticos que conferem risco trombótico acrescido e os não raros casos de SAF e de neoplasias ocultas presentes nesta população de doentes, considera-se que, apesar dos elevados custos, se deverá continuar a fazer o despiste deste tipo de patologias.Objectives: Evaluation of the results obtained with the application of specific protocols established in the Department for screening for thrombophilia and malignancy in patients hospitalized during a period of five years with the diagnosis of deep venous thrombosis (DVT). Material and methods: A retrospective study was performed through the review of the clinical files of all patients aged 50 or less hospitalized in our Department between January 1st 2006 and December 31st 2010 with that diagnosis, and the results obtained in the protocols were analysed. Results: From a total of 89 patients, 64 (71,9%) were females and 25 (28,1%) were males, and the mean age was 33,3 ±10,0 years. 14,6% of the patients had already had, at least, one previous episode of deep venous thrombosis and 78,7% had, at least, one risk factor. The protocol for screening for thrombophilia and malignancy was applied to 65 patients (73,0%), being detected congenital thrombophilias in 41 patients (63,1%), two cases of antiphospholipid antibody syndrome (APS), one case of monoclonal gammopathy, one of lung cancer and one of sacral chordoma. 49 of the patients subjected to the protocols (75,4%) were referred to the Hematology Clinic for evaluation and in 40 of those patients (81,6%) was suggested keeping oral anticoagulation for more than 12 months. Conclusions: Given the high prevalence of genetic polimorphisms that confer a higher thrombotic risk and the not rare cases of APS and of occult malignancies present in this population, it is considered that, despiste its elevated costs, the screening for these kind of pathologies should continue to be done.

Keywords