Revista Criação & Crítica (Dec 2015)

Rasgos na língua ou enunciação e escritura

  • Carolina Molinar Bellocchio

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0ispep12-17
Journal volume & issue
Vol. 0, no. spe
pp. 12 – 17

Abstract

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Este trabalho tem por objetivo refletir a respeito da inaugural proposição barthesiana de como a escritura se funda no rasgo que o sujeito impõe à língua, presente n'O grau zero da escrita, e que parece ser amplificada nos textos posteriores à metade dos anos 60 como uma forma do sujeito linguístico se inscrever no mundo. Considera-se que o texto entendido como produção tenha se acentuado a partir do final dos anos 60 coincidindo com essa ideia de manipulação do texto pelo escritor as pesquisas de Benveniste. Assim, acredita-se que as noções a respeito da enunciação tenham tido para ele interesse especial. Nesse sentido é que este trabalho pretende explorar como a noção de enunciação para Barthes aporta um grande operador para arejar a sua ideia de Texto que, a partir do final dos anos 60 e início dos 70, é sintomaticamente marcada por manobras enunciativas que exploram a forma. Assim, pretende-se refletir como a assunção do lugar da enunciação amplifica a discussão da "moral da forma" a partir da ideia de inscrição do sujeito na língua, pela disseminação que esse produz e na efetivação de uma responsabilidade da forma por esse mesmo deslocamento.

Keywords