Diálogos (Jul 2017)
RÉPLICA
Abstract
Em resposta ao comentário de Peonia Viana Guedes acerca de meu artigo “A Voz pós-colonial em Wide Sargasso Sea de Jean Rhys”, gostaria de esclarecer o que se segue. Guedes afirma que o ensaio introduz aspectos interessantes para a leitura do romance do ponto de vista dos estudos pós-coloniais, sem, entretanto, uma discussão mais aprofundada do tema e sem a voz crítica da autora do trabalho. O trabalho foi apresentado, em conjunto com outros dois artigos (de Bonnici e Barzotto), no VI Encontro da ANPHLAC (Associação Nacional de Pesquisadores de História Latino-Americana e Caribenha) em agosto de 2004, Maringá. Assim, tendo em vista um público de historiadores, procurei selecionar justamente textos críticos que discutiam a questão do romance de Rhys como literatura caribenha ou não, e as características que permitiriam tal classificação. Uma análise com maior enfoque na crítica e teoria literárias já havia sido apresentada em outros eventos mais pertinentes à área de Letras (VI CELLIP, Maringá, 1992; III EPLLE, Assis, 1993; Colóquios: Pesquisa em Lingüística Aplicada e Literatura Estrangeira, Londrina, 1994; Ciclo de Palestras “Novos Rumos no Ensino da Língua Inglesa e Literaturas Correspondentes”, Maringá, 1995). A pesquisa mais ampla sobre o romance de Rhys, de que o presente trabalho é apenas um fragmento, trata de um estudo acerca do ponto de vista e foco narrativo, de acordo com a teoria de Gérard Genette, localizando no texto literário os pontos de fala dos personagens, em especial de Antoinette. Assim, demonstro como, no texto literário, a manifestação da voz da personagem, a quem aparentemente Rhys dá expressão, é marcada por silêncios e incompreensões.