Arquivos de Gastroenterologia (Dec 2007)

I Consenso Brasileiro de Ecoendoscopia I Brazilian Consensus of Endoscopic Ultrasonography

  • Fauze Maluf-Filho,
  • Carlos Marcelo Dotti,
  • Alberto Queiroz Farias,
  • Carlos Kupski,
  • Dalton Marques Chaves,
  • Everson Artifon,
  • Frank Nakao,
  • Giulio Fabio Rossini,
  • Gustavo Andrade de Paulo,
  • José Celso Ardengh,
  • José Edmilson Ferreira da Silva,
  • Lucio Rossini,
  • Luiz Felipe Pereira de Lima,
  • Marcelo Averbach,
  • Marcelo S. Cury,
  • Marco Aurélio D'Aassunção,
  • Marcus Clarêncio Silva,
  • Marcus Vinicius Ney,
  • Sérgio Spinosa,
  • Sérgio E. Matuguma,
  • Simone Guaraldi,
  • Vitor Arantes,
  • Vera Helena Mello

DOI
https://doi.org/10.1590/S0004-28032007000400014
Journal volume & issue
Vol. 44, no. 4
pp. 353 – 358

Abstract

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RACIONAL: Ainda que se reconheça a eficiência da ecoendoscopia para o diagnóstico e até mesmo para o tratamento de várias doenças do aparelho digestivo, a sua inclusão nos algoritmos de decisão clínica em gastroenterologia tem sofrido restrições. Este fato é comprovado indiretamente através da existência de vários estudos que se preocuparam em demonstrar o impacto do exame ecoendoscópio na mudança de condutas e na redução de custos. Outra evidência, esta direta e identificável em nosso meio, é a disponibilidade bastante limitada da ecoendoscopia no Brasil. Neste sentido, quiseram-se identificar as situações clínicas em que o exame ecoendoscópico é eficiente, através de revisões sistemáticas, graduando-se o grau da evidência e a força da recomendação, realizadas pelo grupo envolvido com o método em nosso país, apresentadas e votadas na forma de consenso. MÉTODO: O grupo de médicos que realiza ecoendoscopia foi formado a partir de informações obtidas junto às sociedades de especialidades e aos fabricantes de equipamentos. A lista de tópicos e perguntas relevantes foi formulada por dois membros do consenso (FMF, CMD), discutida com e distribuída aos consensualistas 5 meses antes da reunião de consenso. Foi solicitado que se realizassem, na medida do possível, revisões sistemáticas e que as respostas fossem apresentadas para a votação com o grau de evidência e a força da recomendação. Nos 2 dias da reunião de consenso, as respostas foram apresentadas, debatidas e votadas. Quando, no mínimo, 70% dos votantes concordaram com o texto da resposta, houve consenso. O relatório final foi submetido a apreciação e aprovado por todos os consensualistas. RESULTADOS: Setenta e nove questões foram debatidas na pré-reunião do consenso, resultando 85 questões que foram então distribuídas. Nos 2 dias da reunião do consenso, 22 participantes debateram e votaram as 85 respostas. O impacto causado pelo exame ecoendoscópico foi comprovado por evidências do nível 1, gerando recomendações grau A e consenso entre os participantes nas seguintes situações: diagnóstico diferencial da lesão subepitelial do tubo digestivo e do espessamento de pregas gástricas, estádio e identificação de lesão irressecável no câncer do esôfago, sinais indiretos de carcinomatose peritonial no câncer gástrico avançado, estádio de linfoma gástrico tipo Malt e estádio do câncer de reto, diagnóstico da litíase da vesícula biliar e do colédoco, diagnóstico da pancreatite crônica, diagnóstico diferencial do nódulo sólido da pancreatite crônica, diagnóstico diferencial do cisto pancreático, resultados do tratamento endoscópico das varizes esofágicas, diagnóstico e estádio do câncer de pulmão não-pequenas células. CONCLUSÃO: Já há evidências do melhor nível na literatura médica justificando a utilização do exame ecoendoscópico em várias doenças do sistema digestório e, até mesmo, no câncer do pulmão.BACKGROUND: In the last 20 years, several papers have focused on demonstrating the impact of endoscopic ultrasonography findings on the management of different clinical scenarios in digestive disease. This fact is an indirect evidence of the difficulty of popularization of the method. On other hand, the limited availability of endoscopic ultrasonography in Brazil is a direct evidence of this limitation. This was the rationale for the organization of a consensus meeting on endoscopic ultrasonography. It was aimed to identify the best evidence that support the use of endoscopic ultrasonography in gastroenterology. METHODS: A panel of experts on endoscopic ultrasonography was selected based on the files of the Gastroenterology and Endoscopy Societies and on the registries of endoscope manufacturers. Two members of the meeting selected the relevant topics that were transformed into questions. The topics and the questions were debated among the experts five months before the consensus meeting. The experts were asked to perform systematic reviews in order to answer the questions so it could be possible to grade the answers based on the strength of the evidence. During the two days of the meeting the answers were presented, debated and voted. Consensus was reached when a minimum of 70% of the voters were in agreement. The final consensus report was submitted to the experts' evaluation and approval. RESULTS: Seventy nine questions were debated by the experts at the pre-Consensus meeting. As the result of this debate 85 questions came out and were assigned to the members of the panel. During the Consensus meeting 22 experts debated and voted 85 answers. Consensus was reached for several clinical scenarios for which the impact of endoscopic ultrasonography findings were supported by level 1 evidences: differential diagnosis of subepithelial lesions and thickening of gastric folds, staging and diagnosis of unresectable esophageal cancer, indirect signs of peritoneal involvement of gastric cancer, MALT gastric lymphoma and rectal cancer staging, diagnosis of common bile duct and gallbladder stones, diagnosis of chronic pancreatitis and differential diagnosis of a solid mass in chronic pancreatitis, differential diagnosis of the pancreatic cyst, prediction of the results of the endoscopic treatment of esophageal varices and diagnosis and staging of non-small cell lung cancer. CONCLUSIONS: There are the highest levels of evidences that support the indication of endoscopic ultrasonography for several digestive diseases and even for non-small cell lung cancer.

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