Saúde & Tecnologia (Jul 2022)

A ultrassonografia enquanto método para caracterização do tecido adiposo abdominal

  • Ricardo Teresa Ribeiro,
  • Daniel Leitão,
  • Luís Dinis,
  • Aida Ferreira

DOI
https://doi.org/10.25758/set.2213
Journal volume & issue
no. 22

Abstract

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Objetivo – Comparar a espessura do tecido adiposo subcutâneo, pré-peritoneal e visceral medida por ultrassonografia (US) e relacioná-la com o valor do Índice de Massa Corporal (IMC). Métodos – Duzentos e dezoito voluntários (177 do género feminino e 41 do masculino, entre os 18 e os 33 anos de idade e IMC entre 20,03 e 37,27kg/m2) foram submetidos a uma avaliação antropométrica (peso, altura, perímetro abdominal e questões sobre o estilo de vida) e a uma ultrassonografia abdominal. Resultados – A US permitiu quantificar e classificar de forma objetiva e reprodutível o tecido adiposo subcutâneo, pré-peritoneal e visceral, para p<0,01. A correlação de Pearson (com p<0,01) não evidenciou variabilidade interobservador nas medições por US do tecido adiposo subcutâneo (r=0,9871), pré-peritoneal (r=0,9003) e visceral (r=0,9407). Identificou-se uma correlação linear forte entre o IMC com o tecido adiposo subcutâneo (r=0,64) e uma correlação moderada com o pré-peritoneal (r=0,56). Verificou-se que a US consegue classificar o género (masculino/feminino) com base nas espessuras do tecido adiposo intra-abdominal, perímetro abdominal e IMC com uma exatidão total de 86,69%. Conclusões – A US demonstra ser um método objetivo e capaz na caracterização e diferenciação do tecido adiposo intra-abdominal. A utilização combinada de dados demográficos (excepto peso e altura) e US permite uma correta estimativa do IMC. Estudos futuros são necessários para se perceber a utilidade das frameworks de Deep Learning na deteção automática dos diferentes tipos de tecido adiposo abdominal, garantindo assim a possibilidade de a US se tornar um método preventivo e rápido para avaliação da obesidade.

Keywords