Trabalho & Educação (Feb 2022)

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA DE GÊNERO

  • Eloiza Helena Gonçalves Maia

DOI
https://doi.org/10.35699/2238-037X.2021.36058
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 3

Abstract

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A presente pesquisa está inserida na Linha II: Processos Formativos em Educação Tecnológica, do Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica (PPGET) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Os estudos dessa linha focalizam questões da área trabalho-educação nos contextos socioeconômico e político-cultural, destacando os processos históricos e culturais, as relações entre as mudanças societárias, a educação profissional formal e não formal e o mundo do trabalho. A partir dos aportes teóricos sobre a Divisão Sexual do Trabalho (HIRATA; KERGOAT, 2002) e da Violência Simbólica (BOURDIEU, 1975, 2002, 2011), a pesquisa problematiza a violência simbólica de gênero, aqui caracterizada por assédio moral e sexual no meio acadêmico, em uma instituição federal de educação profissional e tecnológica. Buscou-se compreender como a violência simbólica de gênero se manifesta nesse contexto educacional. Foi realizado um levantamento bibliográfico acerca das temáticas discutidas em livros, bases de teses, dissertações e artigos indexados. Em seguida, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, por meio remoto, com alunas da Educação Profissional e Tecnológica- EPT (atuais e/ou egressas), maiores de 18 anos, que vivenciaram esse tipo de violência, além da realização de entrevistas com coordenadores de curso dos diversos níveis envolvidos (Técnico, Graduação e Pós-Graduação). Após a coleta dos dados foi realizada uma exegese dos excertos de falas dos/as entrevistados/as, confrontando-os com os referenciais teóricos estudados, de forma a se inter-relacionar empiria e teoria. Como resultados, destacam-se algumas formas de violências que foram relatadas, entre elas: piadinhas e brincadeiras de mal gosto, referindo-se à falta de capacidade feminina para realizar práticas em laboratórios. Falas sugerindo “aqui não é lugar de mulher”. Discriminação em relação ao “cabelo”, como fora do modelo “padrão” imposto pela sociedade como “belo”, entre outras. Espera-se que a pesquisa possa levar ao debate e à reflexão, dentro e fora das instituições federais de educação tecnológica, e auferir mudanças nas visões de mundo e comportamentos de todos os atores envolvidos nessas tramas sociais, propiciando avanços na igualdade de gêneros nesse segmento educacional.

Keywords