Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Perfil dos gastos com antineoplásicos injetáveis realizados em uma unidade de saúde da Região Norte

  • Celina de Jesus Guimarães,
  • Patrícia Pereira de Souza,
  • Agostinho Nascimento Fernandes Neto,
  • Katyellen Freitas Araújo,
  • Anderson Cavalcante Guimarães

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.46
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

Read online

Introdução:: Os gastos com a saúde preocupam toda a sociedade, principalmente diante do crescimento percentual registrados nas últimas décadas. No Brasil foram gastos cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2001 e cerca de 9% em 2016. Na área da Oncologia, as decisões de incorporação de tecnologias têm impactos clínicos e econômicos importantes. Em 2015, o Ministério da Saúde gastou cerca de R$ 3,5 bilhões com tratamento oncológico. Em decorrência dos gastos elevados, cresce a importância de avaliar economicamente as intervenções em oncologia, para que as ações administrativas e clínicas utilizem esses dados e possam direcioná-las tanto para trazer benefícios aos usuários quanto racionalidade ao tratamento oncológico no sistema de saúde. Objetivos: O estudo objetivou realizar o levantamento do gasto com medicamentos antineoplásicos injetáveis no ano de 2016, no tratamento de pacientes em uma unidade oncológica na região norte. Métodos: O estudo de utilização de medicamentos do tipo quantitativo foi realizado a partir de dados do sistema computadorizado de controle de dispensação e estoque da unidade de saúde estuda. Os critérios de inclusão foram: medicamentos antineoplásicos injetáveis, dispensados no período de um de janeiro a 31 de dezembro de 2016; e os valores dos respectivos medicamentos registrados na entrada do quantitativo recebido conforme a nota fiscal. Os medicamentos foram classificados conforme valor gasto e classe terapêutica. Os dados foram analisados com auxílio do programa Microsoft Excel®. Resultados: A unidade de saúde estudada realizou a dispensação de 44 medicamentos antineoplásicos injetáveis no ano de 2016, tendo um gasto de cerca de R$ 11 milhões. Dentre os medicamentos dispensados, Trastuzumabe 440mg; Bevacizumabe 400mg; Goserrelina 10,8mg; Rituximabe 500mg; Bertozomibe e Fulvestranto 250mg, foram os medicamentos com maior gasto segundo a relação unidades dispendas e valor unitário, representando 32, 16, 11, 6, 6 e 4% do total gasto, e 15% para os demais medicamentos. Quanto à classificação por classe terapêutica, foram classificados em 16 classes diferentes, sendo a classe de Anticorpo Monoclonal, seguido de Análogo de Gonadotrofina as duas classes com maior custo, com respectivamente 58 e 11% do total gasto, e 31% para as outras classes. Conclusão: Segundo os dados apresentados, Trastuzumabe 440mg é o medicamento com maior valor gasto utilizado para tratamento oncológico na unidade estudada. Outros medicamentos da classe de anticorpo monoclonal apresentam-se entre os com maiores custos para o tratamento oncológico. Pode-se justificar devido às características dos medicamentos em destaque, uma vez que a produção dos mesmos exige etapas específicas e pelo seu mecanismo de ação apresentar a capacidade de se ligar a um alvo específico. A partir desses dados será possível subsidiar outros estudos farmacoeconômicos para avaliar o impacto dessa terapia na sobrevida global dos pacientes.