Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral (May 2024)

Branquitude e privilégio branco na formação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

  • Günter Bayerl Padilha,
  • Oneide Bobsin

DOI
https://doi.org/10.7213/2175-1838.16.001.DS07
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 1
pp. 102 – 117

Abstract

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Este artigo discutirá as questões raciais e o privilégio branco como conceitos estruturantes da sociedade brasileira e suas implicações na formação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil tendo como base o referencial teórico-analítico de branquitude. Deste modo lançará luzes sobre os privilégios concedidos para as pessoas brancas ao longo do processo de formação da sociedade Brasileira, principalmente, após a Independência e Proclamação da República. Neste período as pessoas brancas eram tidas como sinal de desenvolvimento e as pessoas negras e indígenas eram consideradas como sendo as responsáveis pelo atraso do Brasil. Portanto, é neste cenário de privilégios para as pessoas brancas que as primeiras comunidades luteranas são fundadas e marcam a colonização da Região Sul e do Espírito Santo. Neste sentido, no Brasil, o luteranismo está marcado pelo pertencimento étnico e pela preservação da germanidade. Portanto, o desafio para a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil é tornar-se uma igreja pluriétnica, denunciar o racismo como pecado e iniciar um processo de luta antirracista para torna-se de fato uma Igreja no Brasil.