Semina: Ciências Agrárias (Jan 2022)

Dinâmica espaço-temporal da produção de leite no Brasil

  • Matheus Demambre Bacchi,
  • Alexandre Nunes Almeida,
  • Tiago Santos Telles

DOI
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n1p241
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 1

Abstract

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A cadeia produtiva do leite possui relevância para a economia brasileira, gerando empregos e renda. Além disso, a produção de leite, em razão da produção familiar, exerce importante função social. No entanto, a produção de leite é espacialmente heterogênea no país, sobretudo pelos diferentes padrões tecnológicos de produção. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi verificar a distribuição e a dinâmica espaço-temporal da produção de leite no Brasil. Para isso, foram utilizados, acerca da produção de leite no país nos anos de 2000 e 2016. Por meio do Quociente Locacional (QL), foram identificadas as microrregiões brasileiras especializadas na produção de leite. Foi realizada Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) e do I de Moran, para medir a autocorrelação espacial entre as regiões. Por fim, foi empregada a Análise de Componentes Principais (ACP), para verificar as relações de agrupamento das variáveis, em função das regiões especializadas na produção de leite. Foi identificada queda no número de microrregiões especializadas na produção de leite entre 2000 e 2016, Assim, em 2016, cerca de 20% das microrregiões e pouco mais de 22% dos municípios do Brasil eram especializados na produção de leite. As microrregiões e municípios especializados na produção de leite estão concentrados, principalmente, nos estados de Minas Gerais e Goiás e na região Sul do Brasil. Houve aumento da produtividade de leite em todas as regiões do país, principalmente naquelas onde há concentração na produção. Constatou-se a formação de clusters Alto-Alto nas regiões mais produtivas do país, ou seja, a Sul e a Sudeste, onde se observa os efeitos do transbordamento tecnológico, bem como a formação de clusters baixo-baixo nas regiões menos produtivas, a Norte e a Nordeste. Foram formados dois componentes principais. O primeiro componente agregou variáveis relacionadas com a produção de leite em volume, enquanto o segundo componente relacionou variáveis inerentes a produtividade. Foi possível verificar o crescimento recente da produção e da produtividade de leite no país, bem como evidenciar a heterogeneidade na produção. Verificou-se que embora tenha ocorrido queda no número de microrregiões e municípios especializados na produção de leite, houve concentração e aumento na produção e produtividade de leite no Brasil.

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