Cadernos de Saúde Pública (Dec 2010)

A epidemia de AIDS no Brasil e as desigualdades regionais e de oferta de serviço The AIDS epidemic in Brazil and differences according to geographic region and health services supply

  • Alexandre Grangeiro,
  • Maria Mercedes Loureiro Escuder,
  • Euclides Ayres de Castilho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010001200014
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 12
pp. 2355 – 2367

Abstract

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Identificar diferentes perfis da epidemia de AIDS no Brasil relacionando-os à organização do setor saúde, às situações relacionadas ao risco de infecção e ao grau de implantação da resposta. Municípios brasileiros foram agrupados segundo magnitude e tendência da epidemia entre 2002 e 2006, e estudados por meio de indicadores obtidos em bases de dados secundários. Municípios com epidemias de grande magnitude (39%) apresentaram um maior número de situações associadas ao risco e os com tendência de aumento da incidência (11,5%) menor grau de implantação da resposta. Cidades com grandes epidemias que reduzem/estabilizam concentraram 68,6% dos Centros de Testagens, 75,8% dos ambulatórios e 81,4% dos exames anti-HIV feitos no sistema de saúde. Ações preventivas em escolas e na atenção básica apresentaram baixa cobertura comparativamente à área assistencial. Diferenças entre regiões foram observadas. Desigualdades no grau de implantação da resposta ao HIV podem contribuir para a ocorrência de diferentes perfis da epidemia no país.The aim of this study was to identify different profiles in the AIDS epidemic in Brazil by relating them to the health sector's organization, situations involving increased risk of infection, and the degree of implementation of the response by health services. The Brazilian municipalities (counties) were grouped according to the magnitude of the epidemic and its trends from 2002 and 2006, and were then studied using indicators obtained from secondary databases. Municipalities with large epidemics (39%) displayed more situations associated with risk of infection, and those with an upward trend in incidence (11.5%) showed a lower degree of response. Cities with large epidemics but with downward or stable trends had 68.6% of all the anonymous testing centers and 75.8% of the outpatient clinics, and performed 81.4% of all the HIV antibody tests in the health system. Preventive measures in schools and primary health services showed low coverage rates. Differences were observed between geographic regions. Inequalities in the degree of implementation of the response to HIV may contribute to different profiles in the epidemic around the country.

Keywords