Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

REAÇÕES TRANSFUSIONAIS: CARACTERIZAÇÃO DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS ADVERSAS OCORRIDAS EM HOSPITAIS ATENDIDOS PELO GRUPO GSH EM TODO PAÍS

  • RA Bento,
  • KJD Olio,
  • LPS Fontenele,
  • DSF Costa,
  • SP Menchão,
  • GDRF Cazeca,
  • TOSB Marchesi,
  • JAD Santos

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S848

Abstract

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Objetivo: Descrever as principais reações transfusionais imediatas e tardias ocorridas em hospitais atendidos pelo Grupo GSH no país. Material e métodos: O levantamento dos dados, foi realizado pelas informações obtidas do sistema informatizado do Grupo GSH e da avaliação do livro de registro de notificações de reações transfusionais imediatas e tardias com o parecer do responsável médico, ocorridas no período de janeiro a dezembro de 2023, os dados são referentes à atendimentos de cerca de 240 hospitais e clínicas. Para a caracterização das reações transfusionais foram avaliadas quanto ao tipo de reação transfusional que podem ser classificadas como imediatas (aguda) ocorridas durante ou em até 24h da transfusão. E reações do tipo tardia que ocorrem após 24h até cerca de 3 semanas, após a transfusão. Resultado: Dos casos analisados, constatou-se que, das 390.000 bolsas transfundidas, 2.812 apresentaram sinais ou sintomas relacionados a reações transfusionais, afetando o total de 1.039 receptores. Isso representa um percentual de 0,72% de reações transfusionais. Das reações identificadas, suas causas foram classificadas das seguintes formas: 0,04% de distúrbios metabólicos (1 caso), 0,07% de dor aguda relacionada à transfusão (2 casos), 0,18% de reação hemolítica tardia (5 casos), 0,25% de outras reações tardias (7 casos), 0,3% de reação hipotensiva relacionada à transfusão (8 casos), 0,4% de reação hemolítica aguda imunológica (11 casos), 0,82% de lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão (23 casos), 1,03% de dispneia associada à transfusão (29 casos), 1,21% de aloimunização/aparecimento de anticorpos irregular (34 casos), 4,1% de outras reações imediatas (116 casos), 5,7% de sobrecarga circulatória associada à transfusão (159 casos), 28,3% de reação febril não hemolítica (797casos) e 57,6% de reação alérgica (1620). Discussão: Durante os meses avaliados pode-se observar uma maior incidência das reações imediatas com 98,36%, com predominância dos tipos alérgica com 57,6% e febril não hemolítica com 28,3%. Quanto as reações tardias, totalizou 1,64%, sendo descritos três tipos de reações tardias no período, todas com baixa expressividade, sendo a aloimunização com 1,21%, outras reações tardias 0,25% e hemolítica tardia 0,18%. Como limitação do presente estudo, pode haver subnotificação de reações transfusionais, devido a não correlação de sinais apresentados por receptores, principalmente tardios, que possam ser associados à transfusão prévia. Conclusão: Os resultados obtidos com este estudo corroboram com os dados já descritos na literatura. Sabe-se que as reações podem ocorrer em decorrência de algum incidente do ciclo do sangue, ou do resultado inerente do processo. Portanto, a hemovigilância é a principal forma de garantir a segurança transfusional dos receptores com o registro e notificação dos eventos adversos, evitando-se a incidência de subnotificações. Sendo assim, é importante que as reações sejam identificadas corretamente e as condutas tomadas sejam adequadas, prevenindo-as através de equipes bem treinadas, processos bem definidos e qualidade dos hemocomponentes, a fim de manter a taxa de reações transfusionais conforme literatura.