Revista Educação e Cultura Contemporânea (Oct 2018)

Formação docente, educação infantil e arte: entre faltas, necessidades e desejos

  • Luciana Esmeralda Ostetto,
  • Greice Duarte de Brito Silva

DOI
https://doi.org/10.5935/reeduc.v15i41.4701
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 41

Abstract

Read online

Resumo A legislação educacional brasileira prevê a inclusão da arte nos currículos desde a infância. Pergunta-se: a arte está na Pedagogia? Como ela está? Qual o contributo da arte aos cursos de formação docente para a Educação Infantil? Essas indagações impulsionam a reflexão sobre a presença e as formas de inserção da arte nos cursos de Pedagogia e na Educação Infantil. Se, por um lado, a inclusão de princípios estéticos nas diretrizes que regulamentam os cursos de formação de professores reafirma a necessidade de desenvolvimento e aprendizagens dos aspectos lúdicos e das linguagens expressivas para a docência, por outro lado, pesquisas recentes indicam a localização periférica da arte nos currículos, quando não sua total ausência. O artigo dá visibilidade a investigações que utilizaram os aportes teórico-metodológicos da pesquisa (auto)biográfica e discutiram a centralidade das dimensões estética e cultural como princípios formativos. A análise empreendida articula aspectos das determinações legais sobre formação de professores, questões conceituais e exigências da prática docente. As narrativas de professoras de Educação Infantil e os percursos de formação estética compartilhados nas referidas pesquisas, apontam elementos que contribuem para a reflexão sobre a formação docente, que deve garantir espaço-tempo para experimentação, expressão, criação, possibilidade e liberdade de movimento. Em espaços assim constituídos, mais do que em aulas de arte isoladas, cultiva-se a sensibilidade articulada ao pensamento, afirma-se caminhos de formação estética, que é sempre renovação do contato com o mundo – a natureza, a sociedade, a cultura, a arte. Palavras-chave: Educação infantil. Educação estética. Arte. Narrativas autobiográficas. Abstract Brazilian education laws provide inclusion of art in the curriculum since childhood. Thus, we ask: Is Art in Pedagogy? How is it? What is the contribution of Art to the teaching education courses to Childhood Education? Those questions propel reflection on the presence and forms or insertion of Art in the courses of Pedagogy and Childhood Education. If, on the one hand, the inclusion of aesthetic principles in the guidelines that rule the teacher education courses reaffirms the need for development and learning of the playful aspects and expressive languages for teaching; on the other hand, recent researches indicate the peripheral location of Art in curriculum, or its total lack. Thus, this paper gives visibility to investigations that used the theoretical and methodological contribution of the (auto)biographical research and discussed the centrality of the esthetical and cultural dimensions as formative principles. The analysis used articulates aspects of legal determination on teaching education, conceptual issues and requirements of teaching practice. The narrative of Childhood Education teachers and the aesthetic education paths shared in the research mentioned indicate elements that contribute to the reflection on teaching education, which must assure space-time to experimentation, expression, creation, possibility and movement freedom. In spaces constituted this way, more than isolated art classrooms, sensibility articulated with thinking is cultivated, aesthetic education paths are affirmed, which is always a redevelopment of contact with the world – nature, society, culture, art. Keywords: Childhood Education. Aesthetic education. Art. Autobiographical narratives.