Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM HANSENÍASE NO ESTADO DA BAHIA E NO NORDESTE

  • Fernando Mendes Nogueira Souza,
  • Matheus Gomes Reis Costa,
  • Larissa de Oliveira Silva,
  • Rodolfo Baptista Giffoni,
  • Cristóvão Alves Pedreira Filho,
  • Michelle Evans Lima Ramos,
  • Ricardo Santos Aguiar

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103204

Abstract

Read online

Introdução/Objetivo: Descrever e comparar as características epidemiológicas de internações por Hanseníase entre 2012 e 2022 no estado da Bahia e no Nordeste. Metodologia: Realizou-se um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e quantitativo, cujos dados foram alcançados por meio de consulta no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A população do estudo foi formada por pacientes com hanseníase no período de dezembro de 2012 a novembro de 2022. As informações coletadas foram entregues ao banco de dados eletrônico no software Excel para análise quantitativa. As variáveis exploradas foram internações, regime, faixa etária, sexo, raça e correlacionando com dias de permanência, óbito e taxa de mortalidade. Ademais, buscou-se comparar os dados obtidos no estado da Bahia com os encontrados na região Nordeste. O projeto não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa por se tratar de um banco de domínio público. Resultado: Foram notificadas 12.681 internações por hanseníase no Nordeste, sendo 1.514 na Bahia (11,9% da região), o que coloca o estado em terceiro lugar nesta variável, atrás de Pernambuco e Maranhão. Predominaram pacientes do sexo masculino (62,9%) e (67,6%); de cor parda (38,4%) e (41,6%); com faixa etária entre 30 e 59 anos (56,0%) e (51,7%); e o regime de atendimento público (75,3%) e (80,5%) na Bahia e no Nordeste, respectivamente. O tempo de permanência das internações foi de 12. 835 dias no estado baiano, enquanto que na região foi de 119.487 dias em média. Quanto aos óbitos, a Bahia apresentou um número de 55, o que representa 19,2% do registrado no Nordeste, sendo a taxa de mortalidade no estado de 3,65 (segunda maior da região). Conclusão: Constatou-se perfil clínico-epidemiológico semelhante para ambos os locais abordados. Entretanto, o número de pacientes com Hanseníase continua alto e chama a atenção para o fortalecimento das ações de controle epidemiológico para esta enfermidade, como, por exemplo, as que dizem respeito a políticas de educação em saúde direcionadas para regiões em situação de risco, já que o difícil acesso a informações e serviços podem favorecer o surgimento de casos mais graves devido ao diagnóstico tardio. Estudos como este, que traçam o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com Hanseníase, favorecem o planejamento de estratégias mais direcionadas para a realidade estudada.

Keywords