Revista Portuguesa de Cardiologia (Apr 2023)
Adherence to European guidelines for the use of aspirin in primary health care
Abstract
Introduction and objectives: Cardiovascular disease remains a leading cause of global morbidity and mortality. The administration of low doses of aspirin in secondary prevention of atherosclerotic cardiovascular disease (ASCVD) has been clearly established. However, the most recent guidelines do not recommend aspirin in primary prevention, reserving it for high-risk patients and after a risk/benefit assessment. The aim of this study was to assess adherence to European guidelines for the use of aspirin in primary and secondary prevention of ASCVD in primary health care. Methods: The study population consisted of individuals aged >50 years registered at two primary health care units without (primary prevention) and with previous ASCVD events (secondary prevention). Results: We studied a total of 1262 individuals, 720 in primary prevention and 542 in secondary prevention. A total of 61 individuals (8.5%) were under aspirin therapy in primary prevention, most of them taking 150 mg/day (57%). In secondary prevention, 195 patients (27%) were receiving aspirin only, most taking 150 mg/day (52%), and 166 patients (31%) were not under any antithrombotic or anticoagulant therapy. The 100 mg dosage was predominant in patients with ischemic heart disease with (64%) and without (64%) angina, as well as those with myocardial infarction (61.5%) and peripheral vascular disease (62%). Conclusions: In this study, the prevalence of aspirin use in primary prevention was 8.5%. We found that 30% of patients were not taking either antithrombotic or anticoagulation therapy in secondary prevention. In both primary and secondary prevention, the 150 mg dosage was predominant. Resumo: Introdução e objetivos: As doenças cardiovasculares permanecem uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em nível mundial. A administração de baixas doses de ácido acetilsalicílico (AAS) na prevenção secundária de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) foi claramente estabelecida. Concomitantemente, as recomendações mais recentes não o aconselham na prevenção primária, propondo ser reservado para doentes de alto risco e após uma avaliação risco/benefício. O objetivo deste estudo foi avaliar a adesão às recomendações europeias para o uso de AAS na prevenção primária e secundária de DCVA nos cuidados de saúde primários. Métodos: A população em estudo correspondeu a indivíduos >50 anos registados em duas unidades de cuidados de saúde primários sem (prevenção primária) e com eventos de DCVA anteriores (prevenção secundária). Resultados: Foram estudados 1262 indivíduos, 720 em prevenção primária e 542 em prevenção secundária. Verificámos que 61 dos indivíduos (8,5%) estavam sob terapia com AAS em prevenção primária, com uma predominância da dose de 150 mg (57%). Em prevenção secundária, 195 dos doentes (27%) estavam a realizar ASA exclusivamente, com uma predominância da dose de 150 mg (52%) e 166 dos doentes (31%) não estavam sob qualquer agente antitrombótico ou anticoagulante. A dosagem de 100 mg foi predominante em doentes com doença cardíaca isquémica com (64%) e sem (64%) angina, enfarte agudo do miocárdio (61,5%) e doença vascular periférica (62%). Conclusões: Neste estudo, a prevalência do uso de AAS na prevenção primária foi de 8,5%. Identificámos 30% de doentes que não cumpriam terapia antitrombótica ou anticoagulante em prevenção secundária. Quer em prevenção primária como secundária, o uso da dosagem de 150 mg foi predominante.