Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Dec 2009)

Carga microbiana de trocartes reprocessáveis após laparoscopias ginecológicas Microbial load of reprocessable trocars after gynecological videolaparoscopy

  • Vanessa Aparecida Vilas-Boas,
  • Carlos Emílio Levy,
  • Maria Isabel Pedreira de Freitas

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032009001200002
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 12
pp. 586 – 591

Abstract

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OBJETIVO: identificar a carga microbiana presente em trocartes reprocessáveis usados nas laparoscopias ginecológicas. MÉTODOS: estudo exploratório descritivo. Um total de 57 trocartes, sendo 30 com 10 mm de diâmetro e 27 com 5 mm, foram recolhidos na sala de operação, imediatamente após o ato cirúrgico, e colocados em recipiente esterilizado onde foram adicionados 250 mL de água destilada estéril. Foi feita agitação dos trocartes para desprendimento de partículas e obtenção do lavado a ser analisado. Realizou-se filtração por meio de membrana de celulose 0,22 µm, colocadas, com pinça esterilizada, em placas ágar sangue. Após incubação, foi feita a análise microbiológica para contagem de unidades formadoras de colônias e posterior identificação do micro-organismo, usando-se técnicas laboratoriais padronizadas. RESULTADOS: a carga microbiana foi recuperada em 47,4% dos trocartes analisados. Destes, 45,6% apresentou crescimento de 1 a 100 unidades formadoras de colônias. Foram identificados 14 tipos de micro-organismos, dentre os quais, Staphylococcus coagulase negativo (28%) e Bacillus sp (21%) foram isolados com maior frequência. Identificou-se também Aeromonas hydrophila, Alcaligenes sp, Candida parapsilosis e enterobactérias. CONCLUSÕES: o estudo demonstrou que o desafio microbiano enfrentado pelos operadores responsáveis pela limpeza e esterilização dos trocartes é baixo quando comparado com o desafio imposto pelos indicadores biológicos; no entanto, não se pode inferir que os riscos de complicações infecciosas sejam mínimos para pacientes.PURPOSE: to identify the microbial charge present in reusable trocars used in gynecological laparoscopies. METHODS: a descriptive exploratory study. An amount of 57 trocars, 30 with 10 mm of diameter and 27 with 5 mm, have been collected from the surgical unit, immediately after the surgery and placed in a sterilized recipient, in which 250 mL of sterile distilled water was added. Then, the trocars were agitated for the drainage of particles and to obtain a wash-out fluid to be analyzed. After being filtered through 0.22 µm cellulose membrane, the residue was placed on blood agar plates with a sterilized forceps. Following incubation, microbiological analysis has been done to count the number of colonies and further identify the microorganisms, using standard laboratorial techniques. RESULTS: microbial charge was recovered from 47.4% of the trocars analyzed. Among those, 45.6% presented 1 to 100 growing colonies. Fourteen types of microorganisms have been identified, among which the more frequently isolated were coagulase-negative Staphylococcus (28%) and Bacillus sp (21%), Aeromonas hydrophila, Alcaligenes sp, Candida parapsilosis, and enterobacteries were also identified. CONCLUSIONS: the study has demonstrated that the microbial challenge faced by the technician responsible for the cleaning and sterilization of trocars is low, as compared to the challenge imposed by biological markers. Nevertheless, it may be not inferred that the risks for infectious complications for patients are minimal.

Keywords