INTERthesis (Jan 2012)

A ecologia política na América Latina: reapropriação social da natureza e reinvenção dos territórios </p><p> Political ecology inlatinamerica: nature’s social reapropriation and the reinvention of territories </p><p> La ecología política en américa latina: reapropiación social de la naturaleza y reinvención de los territorios

  • Carlos Walter Porto-Gonçalves

DOI
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 1
pp. 16 – 50

Abstract

Read online

PortuguêsO pensamento/ação ambiental latino-americano vem se desenvolvendo com/contra os fundamentos da matriz de racionalidade eurocêntrica. Essa tradição tem na geopolítica atual o desenvolvimento sustentável como nova forma de colonização/exploração. Com/contra ela, criativamente, corresponde uma série de respostas críticas com o novo protagonismo, a partir das lutas locais/regionais de camponeses, de povos indígenas e de afroamericanos que, no novo contexto geopolítico que se abre pós anos 1960, passam a ter condições de se expressar à escala internacional, inclusive se apropriando dos vetores ecológico e tecnológico. Nos domínios naturais clímato-botânicos que se formaram desde o fim da última glaciação, evoluindo para as geografias atuais, as populações originárias desenvolveram um rico acervo de conhecimentos construídos numa relação com e não contra a natureza que, tal como a mega-diversidade biológica, é um patrimônio de nossa região e da humanidade e que deve ser considerado nas políticas públicas. Surge um novo léxico teórico-político em que se fala de descolonização, de interculturalidade, de transmodernidade; de pluralismo jurídico, que respeite os direitos das gentes, consuetudinários, não mais somente o direito fundado nos princípios liberais do indivíduo e da propriedade privada. Ao lado dos conflitos envolvendo água, mineração e grandes projetos de desenvolvimento, vê-se a emergência de uma série de experiências ricas e originais de sustentabilidade: as Reservas Extrativistas, o Parque Nacional de Yasuny; os Direitos da Natureza constitucionalizados na Bolívia e no Equador; o Estado Plurinacional; o Buen Vivir, o Suma Qamaña e o Suma Kausay: ideias para uma nova agenda política, um rico patrimônio cultural e natural que nos servem de baliza para reinventar a nossa existência. Nesse contexto, os conceitos de território, de territorialidades e territorialização possibilitam compreender as relações da sociedade com a natureza, cerne da problemática ambiental, explicitando que o que está em jogo é a luta pela reapropriação social da natureza (Enrique Leff). English The Latin American environmental thinking/action has been growing with/against the fundamentals from the Eurocentric rationality matrix. This tradition has in the present geopolitics the sustainable development as its new colonization/exploration form. With/against it, a creative and critical series of answers corresponds to this matrix, with the protagonism of peasants, indigenous peoples and African Americans, based in their local/regional struggles. In the post 1960 geopolitical context, these peoples obtain conditions to express themselves in an international scale, including the ecological and technological vectors. In the climate-botanical natural domains that, formed since the end of the last glaciation, evolved to our present geographies, the original populations developed a rich estate of knowledge, built in one with and not against the nature relationship that, like the biological megadiversity, is a patrimony of Latin America and mankind that must be taken into account in the public policies. In their new political/theoretical lexicon they speak about decolonization, interculturality, transmodernity; a juristic pluralism that respects the rights of the peoples, consuetudinary, not more only the law based on individual liberal principles and the private property. Besides the struggles involving water, mining and big development projects, a series of rich and original sustainability experiences emerge: Extractive Reservations, the Yasuny National Park; the constitutional Rights of Nature in Bolivia and Ecuador; the Plurinational State; the Buen Vivir, Suma Qamaña and Suma Kausay: ideas for a new political agenda, a rich natural and cultural estate that serve to us as landmarks for the reinvention of our existence. Accordingly, the Territory, Territorialities and Territorialization concepts allow to understand the relationships between nature and society, the kernel of the environmental problematic, revealing that it is the Nature’s social reapropriation that is at stake (Enrique Leff). Español El pensamiento/acción ambiental latinoamericano viene desarrollándose con/contra los fundamentos de la matriz de racionalidad eurocéntrica. Esa tradición tiene, en la geopolítica actual, al desarrollo sustentable como nueva forma de colonización/explotación. Con/contra ella, creativamente, corresponde una serie de respuestas críticas con el nuevo protagonismo, a partir de las luchas locales/regionales de campesinos, de pueblos indígenas y de afroamericanos que, en el nuevo contexto geopolítico que se abre pos años 1960, pasan a tener condiciones de expresarse a escala internacional, inclusive apropiándose de los vectores ecológico y tecnológico. En los dominios naturales climático-botánicos que se formaron desde el fin de la última glaciación, evolucionando para las geografías actuales, las poblaciones originarias desarrollaron un rico acervo de conocimientos construidos en una relación con y no contra la naturaleza que, tal como la megadiversidad biológica, es un patrimonio de nuestra región y de la humanidad y que debe ser considerado en las políticas públicas. Surge un nuevo léxico teórico- político en que se habla de descolonización, de interculturalidad, de transmodernidad; de pluralismo jurídico, que respete los derechos de las gentes, consuetudinarios, no más solamente el derecho fundado en los principios liberales del individuo y de la propiedad privada. Al lado de los conflictos envolviendo agua, minería y grandes proyectos de desarrollo, se ve el surgimiento de una serie de experiencias ricas y originales de sustentabilidad: las Reservas Extractivas, el Parque Nacional de Yasuny; los Derechos de la Naturaleza constitucionalizados en Bolivia y en Ecuador; el Estado Plurinacional; el Buen Vivir, el Suma Qamaña y el Suma Kausay: ideas para una nueva agenda política, un rico patrimonio cultural y natural que nos sirven de baliza para reinventar nuestra existencia. En este contexto, los conceptos de territorio, de territorialidades y territorialización posibilitan comprender las relaciones de la sociedad con la naturaleza, cierne de la problemática ambiental, explicitando que lo que está en juego es la lucha por la reapropiación social de la naturaleza (Enrique Leff).

Keywords