Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

INCIDÊNCIA DO TRATAMENTO CIRÚRGICO DA ARTRITE INFECCIOSA NO BRASIL ENTRE 2017 A 2022

  • Julio Costa Brito,
  • Letícia Maria de Almeida Vieira,
  • Vanessa Pires Ramalho,
  • Luiz Marcelo Santana Mendes,
  • Helen Oliveira Machado,
  • José Valber Lima Meneses,
  • Áurea Angélica Paste

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103177

Abstract

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Introdução: Artrite séptica é uma doença aguda e agressiva, com alta morbidade. No passado, amputações eram realizadas para salvar vidas. No século XIX, crianças com infecções articulares enfrentavam risco de morte ou sequelas graves. Tratamentos focados na função articular e uso de antibióticos reduziram a mortalidade, mas a morbidade permaneceu alta. A abordagem terapêutica varia entre punção articular e drenagem cirúrgica. Drenagem cirúrgica é necessária em casos de ombro, quadril, joelho e infecções associadas a próteses articulares. Artroscopia é preferível para joelho, ombro e punhos, enquanto a cirurgia aberta é preferível para o quadril⁵. Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico do tratamento cirúrgico de artrite infecciosa no Brasil entre 2017 a 2022 e avaliar sua incidência nos estados brasileiros. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa. Foram analisados números de Tratamento Cirúrgico da Artrite infecciosa (Grandes e Médias articulações), “0408060557”, e Tratamento Cirúrgico de Artrite Infecciosa das pequenas articulações “040860565”, entre janeiro de 2017 a janeiro de 2022, coletados do sistema de informações ambulatoriais e do sistema de informações hospitalares do SUS, pelo DATASUS. Resultados: No Brasil, entre jan/2017 e jan/2022, foram feitos 24.541 tratamentos cirúrgicos para artrite infecciosa. A região Sudeste teve destaque nas cirurgias de grandes/médias articulações com 9.224 casos (37,59%), seguida pelo Nordeste com 4.950 casos (20,17%). A região Norte apresentou menor incidência. Na Sudeste, 984 procedimentos (4,01%) foram para pequenas articulações. Em relação aos municípios, São Paulo liderou com 1.213 tratamentos (4,94%), seguido de Belo Horizonte com 1.050 (4,28%). Salvador teve menor incidência, com 362 procedimentos (1,48%). 405 pacientes (1,65%) faleceram após a cirurgia. Conclusão: Cirurgias são mais comuns nas grandes e médias articulações, principalmente na região Sudeste, seguida pelo Nordeste. A região Sudeste também lidera em cirurgias de pequenas articulações, com 984 procedimentos. É importante investir em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado para o controle da doença. O tratamento da artrite séptica no Brasil é um desafio junto ao acesso limitado que requer uma abordagem multidisciplinar e a disponibilidade de recursos adequados. A artrite séptica é uma condição grave que pode levar à incapacidade física se não trata em tempo oportuno.

Keywords