Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

PERCEPÇÃO ACERCA DA SAÚDE MENTAL DE JOVENS INSTITUCIONALIZADAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Margaret Olinda Souza Carvalho E Lira,
  • Dhessika Riviery Rodrigues Dos Santos Costa

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1138942
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 219 – 220

Abstract

Read online

Introdução: A institucionalização de crianças e adolescentes é caracterizada como medida protetiva excepcional para aqueles que tiveram seus direitos violados e sua integridade física e psicológica ameaçadas. Apesar de ter caráter provisório, a permanência desses jovens pode se estender além do tempo esperado. Isto posto, as experiências que motivaram o afastamento da família, aliadas à vivência prolongada em uma instituição, fragilizam a saúde mental dessa população. Além disso, a insuficiência de trocas afetivas significativas e a carência de atenção individualizada dificultam a permanência na casa. Diante disso, é possível perceber a necessidade de uma atuação interdisciplinar de caráter extensionista que possa auxiliar na obtenção de melhor convívio na instituição. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos da área de saúde na realização de um projeto de extensão intitulado “Grupo de cuidados com crianças e adolescentes em acolhimento institucional: proposta de intervenção” que atua em uma instituição de acolhimento para meninas. Método: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a prática extensionista realizada por estudantes de enfermagem, farmácia e medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, ambientando-se na instituição de acolhimento Laura Vicuña, em Petrolina-PE, no decorrente ano. Os encontros foram realizados semanalmente de forma presencial através do método Cuidado em Grupo, que permite intervenção por meio de orientações interdisciplinares e esclarecimento de dúvidas, além de execução de cuidado coletivo através de escuta qualificada. A proposta de trabalho visou abordar os temas de forma descontraída e as dinâmicas foram indispensáveis pois acredita-se que assim é possível introduzir os assuntos de forma lúdica e promover a construção de vínculo entre o grupo. Diferentes temáticas foram desenvolvidas, perpassando desde higiene pessoal até autoestima, intercalando entre a apresentação pela equipe e a promoção da discussão a partir das experiências pessoais das jovens. Resultados: A prática extensionista nessa instituição permitiu que a equipe observasse o enfoque da saúde mental em todos os encontros, mesmo que não fosse o ponto central do dia. Ao discorrer sobre autoestima, por exemplo, sentimentos negativos foram apresentados em suas falas, sendo possível perceber discursos de cunho suicida. A escuta qualificada torna viável a constatação que os traumas vivenciados em suas antigas residências contribuem para problemas que acontecem na instituição. Ademais, a fragilidade em sua saúde mental associada ao isolamento social propiciou o aumento de horários ociosos nos quais a tristeza ou a apatia tornam-se presente. A partir disso, o grupo de docentes do projeto de extensão foi sensibilizado pela experiência e buscou sempre discutir em reuniões as melhores formas de versar sobre os tópicos propostos. Conclusão: Nota-se a necessidade de uma abordagem precisa sobre saúde mental e seus aspectos, para acolhidas e equipe de educadores sociais, constatando a necessidade de apoio permanente para a instituição. A experiência extensionista é vista como positiva pois auxilia na formação de profissionais sensibilizados e capazes de promover escuta qualificada. Por fim, a parceria entre universidade e sociedade é imprescindível para populações que necessitem de algum auxílio, seja de atendimento ou de educação em saúde.

Keywords