Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

INTERAÇÃO COM A EQUIPE ASSISTENTE PARA MELHORIA DO PROCESSO DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DA SÍFILIS ADQUIRIDA EM UM AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES

  • Adrielle Gislaine S. Nhoncanse,
  • Joana Rodrigues Luckmann,
  • Rafael de Melo Gomes,
  • Thais Amaro,
  • Givaneide Enedina Belo,
  • Aline Galdino,
  • Walter Schilis,
  • Renato de Lima Vieira,
  • Maria Cláudia Stockler Almeida

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102465

Abstract

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Introdução: Sífilis adquirida (SA) é um grave problema de saúde pública, cuja prevalência vem aumentando em todo o mundo (1). O ambulatório médico de especialidades (AME) ao fazer o diagnóstico de SA realiza a notificação no SINAN. Dentro da hierarquização do SUS, o AME não está acordado para realizar tratamento de SA. O paciente deve ser referenciado, havendo risco de não realizar tratamento adequado devido a perda de seguimento. Objetivo: Descrever estratégia para melhoria de coleta das informações solicitadas na ficha de investigação epidemiológica (FIE) da SA e no fluxo de encaminhamento do paciente para realização do tratamento. Método: Estudo descritivo sobre a implementação de um instrumento de coleta de dados clínicos do paciente com SA para preenchimento da FIE e fluxo de encaminhamento para o tratamento, que ocorreu por meio de etapas: 1) Elaboração de instrumento para coleta de dados pelo Serviço de Controle de Infecção Ambulatorial (SCIA); 2) Disseminação do instrumento pela Gerência Médica para a equipe assistente; 3) Interação entre médico do SCIA e equipe assistente. Resultados: A falta de informações para preenchimento da FIE a partir de 2019 levou o SCIA a elaborar um instrumento personalizado para coleta de dados contendo os pontos que se encontravam falhos no prontuário médico (comportamentos e vulnerabilidades, antecedentes de tratamento da sífilis e conduta a ser realizada). Com o instrumento foi possível realizar classificação clínica da SA e orientar a conduta baseado nos dados clínicos e resultados laboratoriais do paciente. Sendo estabelecido o fluxo: laboratório informa ao SCIA casos com sorologia para SA positiva. O SCIA encaminha instrumento para o médico assistente preencher os dados. O SCIA certifica do encaminhamento do paciente para tratamento e completa a FIE, finalizando a notificação. Conclusão: Com o uso do instrumento foi possível classificar com maior acurácia os casos de SA e garantir o fluxo para o tratamento adequado. O AME com suas especialidades médicas muitas vezes é referenciado por síndromes clínicas com diagnóstico final de SA, sendo de extrema importância garantir o fluxo de tratamento desses pacientes para a prevenção da transmissão da SA.