Jornal de Pediatria (Apr 2001)

Epidemiologia das polidactilias: um estudo de casos e controles na população de Pelotas-RS Epidemiology of polydactylies: a case-control study in the population of Pelotas-RS

  • Marcelo Boeing,
  • Luciene de Cassia F. Paiva,
  • Gilberto de Lima Garcias,
  • Maria da Graça Martino Roth,
  • Iná S. Santos

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572001000200017
Journal volume & issue
Vol. 77, no. 2
pp. 148 – 152

Abstract

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OBJETIVO: o alvo deste estudo caso-controle de base hospitalar foi identificar e comparar casos de polidactilia isolada com recém-nascidos normais, considerando as características familiares e maternas. MÉTODOS: os dados foram coletados através de entrevista com mães de casos e controles, no período pós-parto, de 1990 a 1998. Os casos foram definidos como recém-nascidos apresentando um dígito extra ou bífido nas mãos e/ou pés. Os controles foram os quatro recém-nascidos normais que nasceram após o caso, no mesmo hospital. Foram obtidas informações sobre o tipo de polidactilia, sexo e peso do recém-nascido, gemelaridade, consanguinidade parental, etnicidade, entre outras. RESULTADOS: a ancestralidade africana e a história familiar positiva de malformação congênita, especialmente de polidactilia, foram significantemente associados com a ocorrência desse tipo de anomalia congênita (OR bruto de 3,3; 10,0; e 55,0; respectivamente). CONCLUSÕES: na população estudada a polidactilia isolada é uma das malformações mais freqüentes. Os achados de associação com etnicidade negro-africana confirmam dados da literatura. Estudos nesta mesma população, com um número maior de portadores desta malformação, poderiam melhorar o poder de associação e justificar os resultados apresentados.OBJECTIVE: to identify and compare cases of isolated polydactyly with healthy newborns regarding familial and maternal characteristics. METHODS: we conducted this hospital-based case-control study from 1990 to 1998. We collected data in interviews with mothers of cases and controls during the post-delivery period. Cases were defined as newborns presenting an extra or a bifid digit in hands and/or feet. Controls were the four healthy newborns that were born after the case, at the same hospital. Information was gathered on type of polydactyly, gender and birthweight, twin pregnancy, parental consanguinity, ethnicity. RESULTS: African ancestry and positive family history of congenital malformation, especially polydactyly, were significantly associated with the occurrence of this type of congenital anomaly (crude OR of 3.3; 10.0; and 55.0, respectively). CONCLUSION: isolated polydactyly was one of the most frequent malformations found in the studied population. The findings associated with black African ancestry confirm the data presented in the literature. Studies conducted on this same population, with a larger population of patients with this type of malformation, could investigate this association better and justify the results presented here.

Keywords