Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-337 - TÉTANO, AINDA É PRECISO SABER COMO ELE SE APRESENTA!

  • Henrique Dallabona Kauka,
  • Pedro Henrique Benvenho Romagnoli,
  • Talyta Thibes Tecilla,
  • Danielle Iumi Kague,
  • Susana Liliam Wiechmann,
  • Philipe Quagliato Bellinati,
  • Priscila Audibert Nader,
  • Manuel Victor Silva Inacio,
  • Zuleica Naomi Tano

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104242

Abstract

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Introdução: O tétano é uma doença causada por toxinas produzidas pela bactéria Clostridium tetani. É uma doença muito prevalente em países em desenvolvimento e prevenível por vacinação, a qual, no Brasil, é distribuída gratuitamente pelo SUS. Apesar disso, a incidência do tétano tem se mostrado alta e letal, se comparado a outros países. Isso ocorre devido à falha na cobertura vacinal nacional, a qual, não atinge índice de vacinação de 95% preconizado. Sendo assim, esses indivíduos tornam-se suscetíveis à infecção. Objetivo: Analisar o histórico de casos de tétano dos últimos 10 anos no Hospital Universitário de Londrina (HUL). Método: Foi realizado um levantamento dos casos de tétano internados no HUL através de revisão de prontuários médicos. O número de pacientes total foi de 19. Resultados: Nesse sentido, é possível estabelecer que o perfil do paciente com tétano atendido no HUL é: Homem de meia idade (Me: 54 anos, x¯: 58,26 anos e σ: 18,58 anos). A maioria não conhece seu status vacinal ou não é vacinado. Ocupação dos pacientes: pedreiro, eletricista, morador de rua e trabalhador do campo. Todos com contágio acidental, esses pacientes apresentaram um curto período de incubação (cerca de uma semana), desenvolvendo, logo após, sintomas referentes ao tétano generalizado, sendo os mais presentes trismo, febre, rigidez muscular, disfagia e espasmos musculares. O manejo do paciente foi similar em relação ao uso de antibiótico, em todos foram utilizados penicilina e/ou metronidazol. Em contrapartida, o uso de Soro Antitetânico (SAT) e Imunoglobulina (IGHAT) variou entre pacientes: quatro utilizaram SAT e/ou IGHAT e três nenhum. Além disso, durante a internação, 6 pacientes necessitaram de debridamento da ferida contaminada. O Tempo de internação é de 1 a 14 semanas, sendo o tempo de internação em UTI, quando necessário, em média de 48 dias. Houve presença de infecções secundárias na maioria dos pacientes internados. O desfecho da maioria dos casos se dá em alta (57,89%). Conclusão: Portanto, fica clara a importância da conscientização, a fim de despertar a percepção da população acerca da gravidade da doença e da ação da atenção primária no processo de imunização nacional, principalmente entre adultos que não fazem o reforço.