Revista Brasileira de Gestão De Negócios (Sep 2009)
<p align="justify">Teoria dos Stakeholders e Teoria da Firma: um estudo sobre a hierarquização das funções-objetivo em empresas brasileiras<br><br>Stakeholders Theory and Theory of the Firm: a study on the hierarchy of objective- functions in Brazilian companies<br><br>Teoría de los Stakeholders y Teoría de la Firma: un estudio sobre la jerarquización de las funciones objetivo, en empresas brasileñas</p>
Abstract
RESUMOAs discussões contrapondo a Teoria da Firma e a Teoria dos Stakeholders são contemporâneas e polêmicas. Um ponto central destas discussões refere-se a qual função-objetivo as empresas deveriam atender, se a decorrente dos shareholders ou a dos stakeholders, ou ainda se é possível atender simultaneamente a ambas. Diversos estudos empíricos buscaram testar uma possível correlação entre as duas funções, não se tendo encontrado até o momento um consenso. O objetivo desta pesquisa é investigar uma lacuna nesta discussão: há ou não uma subordinação da função-objetivo dos stakeholders à dos shareholders? A pesquisa caracteriza-se como empírica e analítica e utilizou-se de método quantitativo. Para a verificação de hipóteses e análise de dados empregaram-se testes estatísticos não-paramétricos (teste Qui-Quadrado) e paramétricos (coeficiente de correlação para frequências). Foram coletados dados secundários do banco de dados da Economática e do sítio do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) na Internet pertinentes às empresas brasileiras de capital aberto e que publicaram o Balanço Social no modelo IBASE no período de 1999 a 2006, o que totalizou uma amostra com 65 empresas. Para a função-objetivo da teoria dos shareholders criou-se uma proxy contemplando três indicadores: o ROE (return on equity), o EnterpriseValue e o QdeTobin. Para a função-objetivo dos stakeholders criou-se outra proxy com os indicadores do balanço social IBASE: sociais internos (ISI), sociais externos (ISE) e ambientais (IAM). Os resultados demonstraram não haver subordinação da função-objetivo dos stakeholders em relação à dos shareholders nas empresas pesquisadas, contrariando algumas expectativas iniciais e instigando uma averiguação mais aprofundada deste resultado. A principal conclusão, que não ocorre a subordinação testada, está limitada a amostra pesquisada e enseja a continuidade desta pesquisa buscando aprimoramentos visando à ampliação da amostra e, por conseguinte, viabilizando o emprego de outras técnicas estatísticas que permitam a análise do fenômeno estudado de forma mais minuciosa.ABSTRACTDiscussions opposing the Theory of the Firm to the Theory of Stakeholders are contemporaneous and polemical. One focal point of such debates refers to which objective-function companies should choose, whether that of the shareholders or that of the stakeholders, and whether it is possible to opt for both simultaneously. Several empirical studies have attempted to test a possible correlation between both functions, and there has not been any consensus so far. The objective of the present research is to examine a gap in such discussions: is there (or not) a subordination of the stakeholders´ objective-function to that of the shareholders? The research is empirical and analytical and employs quantitative methods. Hypotheses were tested and data analyzed by using non-parametrical (chi-square test) and parametrical procedures (frequency correlation coefficient). Secondary data was collected from the Economática database and from the Brazilian Institute of Social and Economic Analyses (IBASE) website, relative to public companies that have published their Social Balance Statements following the IBASE model from 1999 to 2006, whose sample amounted to 65 companies. In order to assess the objective-function of shareholders a proxy was created based on the following three indices: ROE (return on equity), EnterpriseValue and Tobin´s Q. In order to assess the objective-function of stakeholders a proxy was created by employing the following IBASE social balance indices: internal ones (ISI), external ones (ISE), and environmental ones (IAM). The results have shown no evidence of subordination of stakeholders´ objective-function to that of the shareholders in analyzed companies, negating initial expectations and calling for deeper investigation of results. Its main conclusion, which states that the attempted subordination does not take place, is limited to the sample herein investigated and calls for ongoing research aiming at improvements which may lead to sample enlargement and, as a consequence, may make feasible the application of other statistical techniques which may yield a more thorough analysis of the studied phenomenon.RESUMENLas discusiones que contraponen la Teoría de la Firma y la Teoría de los Stakeholders son contemporáneas y polémicas. Un punto central de estas discusiones se refiere a cual función objetivo las empresas deberían atender, si a la que deriva de los shareholders o a la de los stakeholders, o también si es posible atender simultáneamente a ambas. Diversos estudios empíricos buscaron comprobar una posible correlación entre las dos funciones, sin que se haya llegado a un consenso hasta este momento. Esta investigación tiene la finalidad de investigar una laguna en esta discusión: ¿hay o no una subordinación de la función objetivo de los stakeholders a la de los shareholders? La investigación se caracteriza como empírica y analítica y se empleó un método cuantitativo. Para la verificación de hipótesis y el análisis de datos se utilizaron pruebas estadísticas no paramétricas (prueba del Chi Cuadrado) y paramétricas (coeficiente de correlación para frecuencias). Se recolectaron datos secundarios del banco de datos de la Economática y de la página web del Instituto Brasileño de Análisis Sociales y Económicas (IBASE) en Internet pertenecientes a empresas brasileñas de capital abierto y que publicaron el Balance Social en el modelo IBASE en el período 1999 - 2006, totalizando una muestra con 65 empresas. Para la función objetivo de la teoría de los shareholders se creó una proxy considerando tres indicadores: el ROE (return on equity), el EnterpriseValue y el QdeTobin. Para la función objetivo de los stakeholders se creó otra proxy con los indicadores del balance social IBASE: sociales internos (ISI), sociales externos (ISE) y ambientales (IAM). Los resultados demostraron que no hay subordinación de la función objetivo de los stakeholders con relación a la de los shareholders en las empresas investigadas, lo que contradice algunas expectativas iniciales e impulsa una averiguación más profunda de este resultado. La principal conclusión, que no ocurre la subordinación puesta a prueba, se limita a la muestra analizada y se espera la oportunidad de continuar y perfeccionar este estudio con el propósito de ampliar la muestra, para que sea posible utilizar otras técnicas estadísticas que permitan analizar el fenómeno estudiado de forma más minuciosa.