Aquichan (Mar 2024)

Efeitos do isolamento e do distanciamento sociais na fragilidade em idosos e nas atividades físicas realizadas por eles

  • Maria Helena Lenardt,
  • Patrícia Rosa Gonçalves Leta,
  • Clovis Cechinel,
  • João Alberto Martins Rodrigues,
  • Susanne Elero Betiolli,
  • Maria Angélica Binotto

DOI
https://doi.org/10.5294/aqui.2024.24.1.7
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 1

Abstract

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Introdução: a associação entre a diminuição da atividade física e o isolamento social já foi descrita na literatura, entretanto a relação do nível de adesão dos idosos às medidas protetivas durante a pandemia da covid-19 e os efeitos ocasionados pela inatividade física na condição de fragilidade permanece com expressivo hiato de conhecimento. Objetivo: analisar os efeitos do distanciamento e do isolamento sociais gerados pela pandemia da covid-19 na fragilidade em idosos e nas atividades físicas realizadas por eles da atenção primária à saúde de uma Unidade Básica de Saúde do Brasil. Materiais e método: estudo de coorte prospectivo, realizado nos domicílios e em unidades básicas de saúde. Na primeira onda, pré-pandemia, a amostra foi composta por idosos (n = 168) não frágeis. Após o seguimento médio de 762 dias, realizou-se uma segunda onda, em que se classificaram os idosos conforme o nível de exposição ao distanciamento e ao isolamento sociais (n = 100), bem como se observaram os desfechos “nível de atividade física” e “condição de fragilidade”. Aplicaram-se questionários sociodemográfico e clínico, miniexame do estado mental, marcadores de fragilidade física e grau de adesão ao distanciamento e ao isolamento sociais. Realizaram-se análises estatísticas descritivas, de associação, curvas de sobrevida e regressão de riscos proporcionais. Resultados: 53 % dos idosos transicionaram para a pré-fragilidade e 21 % apresentaram diminuição de atividade física. Houve elevado percentual de baixo grau de adesão ao distanciamento e ao isolamento sociais, e não se observou associação com atividade física e fragilidade (p = 0,288; p = 0,351, respectivamente). Mulheres tiveram mais risco de se classificarem como pré-frágeis ou frágeis (2,53; IC 95 %, 1,01-6,34) e de apresentarem diminuição de atividade física (2,13; IC 95 %, 1,06-4,26). Conclusão: não houve associação entre medidas protetivas de distanciamento e isolamento social, atividade física e fragilidade. Idosos que apresentam redução do nível de atividade física devem ser estimulados à sua prática a fim de se manterem ativos e se evitar a transição para a fragilidade, para a perda de funcionalidade e para a dependência.

Keywords