Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

LINFOMA DE HODGKIN PREDOMINÂNCIA LINFOCÍTICA NODULAR DE PADRÃO DIFUSO TRANSFORMADO PARA LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B EM CÉLULAS T: UM RELATO DE CASO

  • PC Gontijo,
  • ABGC Silva,
  • ALAC Freitas,
  • CAV Silva,
  • FL Felicissimo,
  • JVNTZ Bellintani

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S383

Abstract

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Introdução/Objetivo: O sistema linfocítico tem um papel fundamental na defesa do organismo, entretanto pode se tornar disfuncional em alguns casos, levando ao surgimento de doenças graves, como os linfomas. O objetivo deste trabalho é relatar a evolução de um paciente de 27 anos com Linfoma de Hodgkin Predominância Linfocitária Nodular de padrão difuso (LHPLN) transformado para Linfoma Difuso de Grandes Células B rico em T (LBRCT), além de evidenciar a dificuldade no tratamento desse subtipo de doença. Material e métodos: Trata-se de um Relato de Caso, em que as informações do paciente foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, discussão do caso com a equipe médica responsável e revisão da literatura. Resultados: Em 2016, o paciente foi internado após procurar por atendimento médico devido a paraparesia súbita de MMII ao despertar, sem hipoestesia ou outros sintomas associados. Nesse período, foi notada massa axilar esquerda de rápida evolução e emagrecimento significativo, de 42 kg em dois meses, ou seja, aproximadamente, 50% do peso corporal. Aos exames de imagem, biópsia e imuno-histoquímica, foi diagnosticado com LHPLN transformado para LBRCT. A neoplasia apresentou focos neoplásicos unilaterais e bilaterais em linfonodos paravertebrais, axilares, cervicais, esplênicos, hilares e outras regiões, sendo o estadiamento da doença IVB. O paciente apresentou refratariedade à quimioterapia e não obteve sucesso no transplante autólogo, apresentando 4 recidivas da doença. Atualmente, encontra-se em controle do quadro, relatando como sintoma fadiga associada a atividades intensas do dia a dia, como arrumar casa, além de outros dois casos de paraparesia dos MMII no final de 2022 e em maio de 2023, com melhora do quadro após internação em ambos os casos. A última sessão de quimioterapia foi em julho de 2023. Discussão: A terapêutica envolvida nos LHPLN transformado para LBRCT é complexa, pois esse tipo de câncer pode estar associado a uma diversidade de características moleculares e bioquímicas das células neoplásicas, variando as condutas e os tratamentos prescritos. Dessa forma, os sintomas podem se manifestar de várias formas, inclusive serem sutis e isolados, dificultando o diagnóstico e limitando as possibilidades terapêuticas, tal como ocorre nos casos em que há resistência à quimioterapia. Devido a essas questões, essa doença deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar, que visa a individualidade de cada caso clínico. Conclusão: A transição de LHPLN a LBRCT é uma condição que predispõe a agressividade do linfoma e a refratariedade aos tratamentos existentes. Desta forma, o conhecimento e o contato com pacientes que apresentam essa patologia são vitais para a ampliação do manejo clínico e melhora do prognóstico. As manifestações clínicas da doença devem ser sempre consideradas e avaliados criteriosamente, devido às frequentes dúvidas diagnósticas dos exames complementares em casos de transição de LHPLN a LBRCT. A determinação do diagnóstico rapidamente é de suma importância devido à frequente apresentação avançada com pior prognóstico do LBRCT.