Revista Portuguesa de Cardiologia (Jul 2014)
Global longitudinal strain as a potential prognostic marker in patients with chronic heart failure and systolic dysfunction
Abstract
Introduction and objective: The prognostic value of myocardium deformation measurements in chronic heart failure (CHF) is still poorly addressed. The purpose of this study was to evaluate the correlation of left ventricular (LV) global longitudinal strain (GLS) with clinical and prognostic indicators in patients with CHF and systolic dysfunction. Methods: Ambulatory patients with CHF and LV ejection fraction (LVEF) <45% were studied by two-dimensional and Doppler transthoracic echocardiogram with assessment of GLS. An indication of prognostic status was obtained by the Seattle Heart Failure Model (SHFM) prognostic estimates for life expectancy. Results: We included 54 CHF patients (mean age 55 ± 12 years; 80% male). GLS was significantly correlated with NYHA functional class (r=0.41, p=0.002), BNP levels (r=0.47, p=0.001), LVEF (r=−0.69, p<0.001) and LV end-diastolic pressure, assessed by E/e’ ratio (r=0.35, p<0.014) and left atrial maximal volume index (r=0.57, p<0.001). A significant correlation was found between GLS and SHFM prognostic estimates for life expectancy (r=−0.41, p=0.002). The multivariate logistic regression analysis showed that GLS independently predicted an estimated life expectancy <10 years (OR 2.614 [95% CI 1.010–6.763]). The corresponding area under the ROC curve was 0.802 (0.653–0.951) and the best obtained threshold was −9.5 (80% sensitivity, 65% specificity, p=0.003). Conclusions: GLS was strongly associated with a higher disease severity status and predicted a lower prognostic estimate for life expectancy. Resumo: Introdução e objetivo: O valor prognóstico das medidas de deformação miocárdica na insuficiência cardíaca crónica (ICC) ainda não está bem estabelecido. Este estudo teve por objetivo avaliar a correlação do strain longitudinal global (SLG) do ventrículo esquerdo (VE) com indicadores clínicos e prognósticos em doentes com ICC e disfunção sistólica. Métodos: Doentes ambulatoriais, com ICC e fração de ejeção do VE (FEVE) <45% realizaram ecocardiografia transtorácica bidimensional com Doppler, com avaliação de SLG. O indicador de status prognóstico foi baseado na expectativa de vida estimada pelo modelo Seattle Heart Failure Model (SHFM). Resultados: Incluímos 54 doentes com ICC (idade média de 55 ± 12 anos, 80% do sexo masculino). O SLG correlacionou-se significativamente com a classe funcional (r=0,41, p=0,002), níveis de BNP (r=0,47, p=0,001), FEVE (r=−0,69, p<0,001), pressão telediastólica do VE, avaliada pela razão E/e′ (r=0,35, p=0,014) e pelo volume máximo da aurícula esquerda (r=0,57, p<0,001). Observou-se uma correlação significativa entre o SLG e a expectativa de vida estimada pelo modelo SHFM (r=−0,41, p=0,002). Perante a análise de regressão logística multivariada, o SLG mostrou ser um preditor independente de uma esperança de vida estimada <10 anos (OR 2,61 [IC 95% 1,01–6,76]). A área sob a curva ROC foi de 0,80 (0,65–0,95) e o melhor ponto de corte obtido foi −9,5 (80% de sensibilidade, especificidade de 65%, p=0,003). Conclusões: O SLG encontra-se associado a um estado de doença de maior gravidade e foi preditor de uma esperança de vida estimada mais baixa. Keywords: Heart failure, Longitudinal strain, Prognosis, Palavras-chave: Insuficiência cardíaca, Strain longitudinal global, Prognóstico