Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)
Perfil de consumo de medicamentos por graduandos do curso de farmácia de uma instituição privada
Abstract
Introdução: A automedicação, prática rotineira vivenciada por grande parte da população, consiste no consumo de um determinado medicamento sem prescrição médica, para aliviar os sintomas e tratar doenças. Quando praticada corretamente, a automedicação pode também contribuir para aliviar financeiramente os sistemas de saúde pública. Porém, o uso indiscriminado dos medicamentos, pode acarretar resultados indesejáveis. A informação adquirida sobre o uso de medicamentos proporciona maior confiança para a prática entre os estudantes universitários, em especial, os da área da saúde. No Brasil, mais pesquisas e ações precisam ser realizadas, pois há deficiência de dados úteis para combater a automedicação irresponsável, estimulando o uso racional de medic amentos conforme recomendado pela OMS. Objetivo: Avaliar o perfil de consumo de medicamentos por graduandos do curso de farmácia, além de esclarecer e conscientizar os futuros profissionais farmacêuticos sobre automedicação, pois serão os principais responsáveis por orientar a população sobre os riscos dessa prática. Método: Foi realizado um estudo transversal de caráter descritivo com abordagem quantitativa, com acadêmicos matriculados no 1o semestre de 2018 em todos os períodos do curso de farmácia de uma instituição de ensino superior, no município de Maceió-AL. Os dados foram coletados, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) divulgada através do Parecer Consubstanciado (número: 2.436.431), através da aplicação de um questionário semi-estruturado e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos alunos concordaram em participar da pesquisa. Resultados: O estudo contou com amostra de 225 graduandos, sendo 74,2% do sexo feminino, prevalecendo a faixa etária de 21 a 30 anos e o estado civil solteiro. Apesar de 88,4% relatar ter conhecimento sobre a automedicação, os resultados indicaram a prática por parte dos discentes, pois 68,4% informou se automedicar, 58,2% adquirem medicamentos sem receita, 86,2% estocam medicamentos em casa, as principais classes consumidas são os analgésicos, na forma farmacêutica de comprimidos e o principal motivo foi para dores em geral, tanto para automedicação como de uso contínuo. Quanto à influência no uso de medicamentos, 56,0% consultam o farmacêutico, 32,9% receberam indicações por parte de familiares, amigos ou vizinhos e 53,3% as propagandas de medicamentos chamam atenção para compra, principalmente por TV/Rádio. Quando analisada a mudança de no perfil de consumo dos graduandos, notou-se que 72,30% mudou seu comportamento, e destes, 84,4% reduziram o consumo de medicamentos. Conclusão: Felizmente, foi verificado que existe uma mudança positiva no comportamento de consumo com redução em todos os períodos, provavelmente relacionada ao conhecimento adquirido durante a graduação, tendo consciência dos danos que a automedicação inconsciente pode causar à saúde.