Cadernos de Saúde Pública (Jan 1999)
Vigilância de doenças endêmicas em áreas urbanas: a interface entre mapas de setores censitários e indicadores de morbidade Surveillance of endemic diseases in urban areas: the interface between census tract maps and morbidity data
Abstract
Neste artigo, discute-se o eixo metodológico utilizado na construção de modelo de vigilância de endemias em áreas urbanas, orientado por uma análise de situações de risco e por indicadores epidemiológicos espaciais. São apresentadas as premissas básicas do modelo, os critérios de seleção de variáveis sócio-econômicas e as etapas metodológicas necessárias na construção do indicador sintético de risco. Comenta-se, também, como algumas questões operacionais relativas à construção de mapas digitais de setores censitários e vinculação de bancos de dados foram equacionadas. Essa abordagem, incorporando o componente da organização do espaço na vigilância de doenças endêmicas, tendo como exemplo a hanseníase e a tuberculose, privilegia o uso integrado de sistemas de informação já existentes, na perspectiva de estratificar áreas urbanas diferenciadas que permite discriminar riscos desiguais para ocorrência de endemias. Essa é uma ferramenta para o planejamento e o gerenciamento das ações voltadas para o controle das endemias nas cidades.In this article we discuss the methodological issues associated with the creation of a surveillance system for endemic diseases in urban areas based on analysis of populations at risk and on spatially referenced epidemiological indicators. We comment on the system's basic requirements, selection criteria for socioeconomic variables, and methodological steps to combine these variables so as to construct a census-based deprivation index. We also present the ways we solved some operational problems related to generation of digitized census tracts maps and linkage of morbidity data from different sources. This approach, spatial organization into account in surveillance of endemic diseases, exemplified here by tuberculosis and leprosy, allows for the interaction of several official data sets from census and health services in order to geographically discriminate inner-city risk strata. Criteria for constructing these risk strata were considered a useful tool for health planning and management activities for the control of endemic diseases in cities.
Keywords