Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Dec 2002)

Quimioterapia neoadjuvante em câncer localmente avançado do colo do útero Neoadjuvant chemotherapy in locally advanced cancer of the cervix

  • Eduardo Schünemann Jr,
  • Cícero de Andrade Urban,
  • Vinícius Milani Budel

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032002001000007
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 10
pp. 675 – 680

Abstract

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OBJETIVOS: avaliar a quimioterapia neoadjuvante no câncer localmente avançado do colo uterino, por meio da sua aceitabilidade, tolerabilidade, toxicidade, taxa de complicações cirúrgicas, taxa de resposta, taxa de operabilidade e sobrevida em 5 anos. MÉTODOS: foram incluídas 60 mulheres com câncer do colo uterino localmente avançado (IIB e IIIB), submetidas à quimioterapia neoadjuvante com doxorrubicina-bleomicina-cisplatina. Aquelas que se tornaram operáveis após a quimioterapia foram submetidas à cirurgia de Wertheim-Meigs, seguida de radioterapia pélvica complementar. Nas pacientes em que a cirurgia não foi possível após a quimioterapia, realizou-se radioterapia. RESULTADOS: o seguimento médio foi de 108 meses. A taxa de resposta global à quimioterapia foi de 80%, sendo 100% para o estádio IIB e 60% para o estádio IIIB. A porcentagem de pacientes operadas, após a quimioterapia foi de 65%. A sobrevida global em 5 anos para todo o grupo foi 62%. No grupo operado (n=34), a sobrevida global foi de 82,14%, independentemente do estádio inicial. No grupo não operado (n=18), a sobrevida em 5 anos foi 16,67%. CONCLUSÕES: A quimioterapia neoadjuvante com doxorrubicina-bleomicina-cisplatina no câncer do colo uterino localmente avançado é segura, com baixo índice de complicações e permitiu uma alta taxa de operabilidade.PURPOSE: to evaluate neoadjuvant chemotherapy in locally advanced cervical cancer as to its acceptability, tolerability, toxicity, surgical complications, operability, response rate, and overall survival in 5 years. METHODS: sixty women with locally advanced cervical cancer (stages IIB and IIIB), who were submitted to neoadjuvant chemotherapy, were included. All patients were treated with doxorubicin-bleomycin-cisplatin. Those who had a good response, allowing a surgical approach, underwent the Wertheim-Meigs procedure. After surgery, they were submitted to pelvic radiotherapy. Those that could not be submitted to surgery after chemotherapy underwent total radiotherapy. RESULTS: the average follow-up was 108 months, and 80% of the patients had an overall response to neoadjuvant chemotherapy. In the IIB group, the response rate was 100%, and in the IIIB group it was 60%. The operability rate after neoadjuvant chemotherapy was 65%. The overall survival in 5 years was 62%. Comparing the operated group (n=34) with the nonoperated group (n=18), the overall survival in 5 years was 82.14 and 16.67%, respectively. CONCLUSIONS: neoadjuvant chemotherapy with doxorubicin-bleomycin-cisplatin for locally advanced cervical cancer is safe, with a low rate of side effects, and allowed a high operability rate.

Keywords