Revista Ciência em Extensão (Dec 2010)

Futebol: um meio de educar

  • Julio Wilson dos Santos,
  • Ezequiel de Melo,
  • Talita Morais Fernandes,
  • Matheus Lucas de Freitas,
  • Leonardo Elias Ferreira Pereira,
  • Cristian Jiacomini Redondo Mendes,
  • Valter Akira Bravo,
  • Nestor Rossetti Neto

Journal volume & issue
Vol. 6, no. 2
pp. 162 – 63

Abstract

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Introdução: Atualmente, podemos classificar o esporte nas dimensões de alto rendimento, educacional, de participação-lazer e esporte “social”. Devido à sua grande popularidade no Brasil, o futebol/futsal é um esporte de grande aceitação pelas crianças e jovens e pode ser um meio de educar através de sua prática. Objetivo: verificar a evolução da aprendizagem do futsal e se é possível melhorar o comportamento de crianças através da prática do futsal. Métodos: Foi feita uma avaliação qualitativa da evolução do comportamento e das habilidades do futsal, através da técnica de observação participante, feita pelos estagiários/bolsistas do Projeto (n=7), através das observações das aulas e os relatos foram discutidos em reuniões semanais. Fizeram parte da amostra todos os inscritos (6-8 anos, n=42; 9-10 anos, n=30; 11-12 anos, n=86; 13-14 anos, n=48) no Projeto “Futebol Escola” do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências/UNESP – Bauru, independente do gênero e da habilidade de jogar. As aulas foram realizadas aos sábados, com duração de 1h30, durante o ano de 2009, em quadras de futsal. A metodologia de ensino utilizada nas aulas combinou os métodos de ensino parcial, global, situacional e jogos pré-desportivos. A estrutura das aulas foi subdividida em cinco partes: i-) conversa inicial; ii-) atividade recreativa sobre o tema da aula; iii-) jogo pré-desportivo ou exercícios de fundamentos técnicos do tema da aula; iv) jogo de futsal propriamente dito com regras adaptadas às respectivas faixas etárias; v-) conversa final. Resultados: No início das aulas foi constatado mau comportamento de grande parte dos alunos: indisciplina (nas aulas e no ônibus), desrespeito aos colegas (agressões verbais e corporais) e aos estagiários/bolsistas (não aceitação e não cumprimento de normas das aulas e regras dos jogos) e indisposição dos meninos em jogar junto com as meninas, além da falta de habilidade e do conhecimento das regras do futsal, principalmente entre os menores (7-10 anos). Ao final do Projeto foi observada melhora da técnica, do comportamento tático e a aprendizagem das regras do futsal, principalmente entre os menores de 10 anos. Houve melhora considerável no comportamento dos alunos, pois os meninos passaram a ceder o lugar no ônibus para as meninas e as mães, maior aceitação da substituição durante o jogo, maior aceitação em jogar com alunos que não tinham amizade, anteriormente, cuidado com o material do Projeto (bolas e coletes), aceitação do comando dos estagiários/bolsistas, aceitação dos menos habilidosos e da diferença entre os gêneros, para jogar. O ambiente externo à escola, a estrutura física (quadras e ginásio coberto), material adequado (bolas, cones, coletes), a realização de um “Festival de Futsal” e a atuação dos estagiários, em nosso entendimento, foram os fatores que contribuíram para os resultados positivos. Conclusão: Ao final do Projeto verificamos que através da prática do futebol/futsal foi possível melhorar, além das habilidades específicas do jogo e aprendizagem das regras, melhorar do comportamento geral dos alunos, o espírito esportivo e a aceitação das diferenças (habilidade de jogar e gênero).