Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Otimização da terapia medicamentosa através de testes farmacogênomicos

  • Ravena Santos Costa,
  • Letícia Pires Sallet,
  • Lília Silva Santos,
  • Carlas Thays Lima da Silva,
  • Fabrine Majestade da Silva Santos,
  • Daniel de Melo Silva,
  • Julita Maria Pereira Borges

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.93
Journal volume & issue
Vol. 4, no. s.1

Abstract

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Introdução: A farmacogenômica é uma associação do conhecimento da farmacologia clássica e ciência genômica para a medicina personalizada e o uso racional de medicamentos. A análise farmacogenômica permite verificar a expressão de proteínas receptoras e enzimas moduladas por fármacos de modo a otimizar a terapia medicamentosa e evitar problemas relacionados aos medicamentos (PRM). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar estudos que evidenciam os benefícios da farmacogenômica na otimização da terapia medicamentosa. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática na base de dados (PubMed), no período de 5 anos (2014 a 2019), usando os seguintes descritores: pharmacogenomic testing, therapy e clinical. Os artigos identificados foram avaliados individualmente por 4 autores, conforme os critérios de inclusão: (1) dados comparativos entre as terapias guiada e usual e (2) Resultados: favoráveis na terapia guiada. Já os critérios de exclusão: (1) revisões sistemáticas e (2) estudos qualitativos sem dados comparativos e/ou desfavoráveis. Resultados: Foram encontrados 440 artigos, dos quais 15 atenderam aos critérios de inclusão. Em um estudo realizado na Espanha, durante 12 semanas, com 316 pacientes de 18 hospitais públicos, foi avaliada a efetividade da terapia guiada pelo Neuropharmagen (PGx) em relação a terapia usual (TAU). A taxa de resposta foi de 47,8% (PGx) vs. 36,1% (TAU). Em outro estudo a terapia antidepressiva à base da farmacogenômica (PGATx) resulta na precisão do tratamento do transtorno depressivo maior (TDM). Um ensaio clínico realizado, por 8 semanas, na avaliação da efetividade e tolerabilidade do PGATx em 100 pacientes com TDM, a taxa de resposta de 71,7% (PGATx) foi superior à 43,6% (TAU). Também se avaliou em outro estudo, os efeitos da terapia guiada em 237 pacientes com transtornos neuropsiquiátricos, por 90 dias, em uma clínica psiquiátrica ambulatorial. No grupo controle (TAU), 53% dos pacientes relataram eventos adversos comparados aos 28% dos pacientes guiados pelo PGx. Um estudo randomizado controlado foi feito com 1167 pacientes ambulatoriais com TDM, que tinham resposta inadequada ao antidepressivo. Na semana 8, houve melhora dos sintomas 27,2% (PGx) vs 24,4% (TAU), assim como aumento da resposta (26,0% vs. 19,9%). Além disso, os pacientes que mudaram para o medicamento congruente tiveram melhora dos sintomas (33,5% vs. 21,1%) e resposta (28,5% vs. 16,7%) em relação aos pacientes que permaneceram utilizando os medicamentos incongruentes. Conclusão: A farmacogenômica pode contribuir com a resposta farmacoterapêutica ao identificar a expressão gênica de proteínas que modulam a farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos, prevenindo o aparecimento de PRM.