Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2023)

Avaliação da qualidade de diretrizes clínicas para Herpes Labial

  • Jean Vinicius Cardoso dos Santos Ocampo,
  • Francisco Álisson Paula de França,
  • Bárbara Manuella Cardoso Sodré Alves,
  • Rodrigo Fonseca Lima,
  • Érica Lia Negrini,
  • Tiago Marques dos Reis,
  • Rafael Santos Santana

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.29
Journal volume & issue
Vol. 8, no. s. 2

Abstract

Read online

Introdução: A prática da atenção à saúde baseada em evidências consiste na resolução de problemas de saúde com foco na tomada de decisão a partir das melhores evidências disponíveis. As diretrizes clínicas (DC) baseiam-se em recomendações sistematicamente desenvolvidas com o objetivo de mediar diferentes interesses em políticas de saúde, melhores práticas, financiamento governamental, contextos locais e escolha do paciente. Sendo assim, considerando o aumento da infecção pelo vírus herpes simplex e tendo em vista que o herpes labial é incurável, DC são importantes devido à necessidade social de garantir uma melhora contínua da assistência ao paciente. Objetivos: Avaliar a qualidade metodológica de DC para o cuidado da população acometida pelo herpes labial. Material e Método: As DC sobre herpes labial foram pesquisadas na base de dados do Medline (via Pubmed), do google acadêmico e da Biblioteca Virtual em Saúde do Brasil (BVS), no período de junho a dezembro de 2022, através dos descritores: “herpes simplex” ou “herpes labialis” ou “herpes labial” ou “herpes oral” e, também, de seus sinônimos combinados com os operadores booleanos previamente consultados nos websites Descritores em Ciências da Saúde (DeCS, do Brasil). Para avaliação da qualidade, recorreu-se à ferramenta The Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation Instrument (AGREE II). Para definição de recomendação ou não da DC, utilizou-se como base o domínio “rigor metodológico” do AGREE II. Assim, para a DC ser considerada “recomendada”, deveria ter escore acima de 50% no domínio “rigor metodológico”. As DC que pontuaram entre 30% e 50% foram consideradas como “rigor de desenvolvimento com necessidade de modificações”, e abaixo de 30% foram consideradas como “não recomendadas”. Resultados: Foram selecionadas, inicialmente, 168 publicações para leitura; porém, apenas 12 atenderam aos critérios do estudo. Havia falta de transparência e rigor metodológico na maioria das DC, o que pode comprometer sua confidencialidade. Apenas duas DC mencionaram declaração de interesse e foram consideradas “recomendadas”, uma diretriz foi considerada “recomendada com modificação” e nove diretrizes não foram recomendadas. Notou-se, ainda, a ausência da participação de cirurgião-dentista em todas as DC. Observou-se consenso nas DC sobre o uso de antivirais nucleosídeos (aciclovir, valaciclovir e famciclovir) como medicamentos recomendados de escolha no tratamento. Sugere-se, para outros estudos, a avaliação das DC a partir de diferentes ferramentas de análise, de modo a realizar comparações entre os resultados obtidos. Discussão e Conclusões: Um redirecionamento para definir prioridades é necessário no desenvolvimento de DC para o herpes labial, a fim de reduzir a variabilidade do padrão de qualidade e gerar recomendações que possam ser confiáveis e aplicáveis. Ademais, ressalta se a necessidade de envolver os cirurgiões-dentistas na equipe de desenvolvimento de DC para melhorar a qualificação das recomendações.

Keywords