Interface: Comunicação, Saúde, Educação (Jan 2019)

Medicalização, diagnóstico clínico e queixa-conduta – redes de significação em jogo

  • Karla Amorim Sancho,
  • Claudia Regina Castellanos Pfeiffer,
  • Carlos Roberto Silveira Corrêa

DOI
https://doi.org/10.1590/interface.170633
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 0

Abstract

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Este artigo faz emergir uma rede discursiva entre o processo de medicalização, o funcionamento discursivo do diagnóstico clínico na contemporaneidade e um funcionamento particular de clínica médica sustentado por um atendimento do tipo queixa-conduta. Empreendendo uma Análise Discursiva, percorremos movimentos de sentido constitutivos da história da palavra 'diagnóstico', realizando um gesto analítico que retoma suas condições de produção e funcionamento na atualidade, explicitando efeitos da medicalização. Abordamos o atendimento queixa-conduta, no qual a posição-sujeito médico se insere em condições de produção para que o fármaco assuma o lugar da autoria na relação médico-paciente, impactado pelo próprio funcionamento do diagnóstico na atualidade. Resulta que esse funcionamento do diagnóstico na prática clínica implica um silenciamento do laço social e político pressuposto nessa prática, o que permite o estabelecimento do fármaco como lugar de enunciação dos procedimentos que visem à saúde do paciente.

Keywords