Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)
Acompanhamento farmacoterapêutico no tratamento com Sofosbuvir e Daclatasvir em paciente com Hepatite C e Câncer Metastático: um relato de caso.
Abstract
Introdução: O medicamento tem natureza híbrida, ou seja, promove benefícios à saúde, mas também portam riscos. O acompanhamento farmacoterapêutico, atividade ofertada aos pacientes em tratamento da Hepatite C, beneficiários de um plano de saúde para servidores públicos conveniado com a Farmácia da Universidade, tem se revelado uma ferramenta importante para o uso racional de medicamentos e o alcance de bons resultados com a farmacoterapia, principalmente em pacientes com condições crônicas. Objetivo: Descrever o perfil do paciente e os problemas relacionados com medicamento, identificando as intervenções propostas pela equipe de farmacêuticos os resultados alcançados. Métodos: As informações foram obtidas dos formulários de acompanhamento farmacoterapêutico utilizados no atendimento ao paciente no ano de 2017. Todo registro clínico foi feito nos moldes da metodologia SOAP, com adaptações. Resultados: Paciente do sexo feminino, 54 anos, diagnosticada com Hepatite C (F1), câncer de crânio com metástase óssea e câncer de pulmão primário, em uso de 10 (dez) medicamentos prescritos, incluindo medicamentos paliativos, anticonvulsivante, quimioterapia e chá por automedicação, com indicação tratamento da Hepative C com daclatasvir e sofosbovir. A partir da análise dos medicamentos utilizados foi identificado 1 (um) problema relacionado ao medicamento, 1 (uma) interação medicamentosa importante, 1 (um) problema de adesão aos medicamentos e reações adversas medicamentosas decorrentes do uso do anticonvulsivante e da quimioterapia. O aprazamento dos medicamentos em uso pela paciente foi readequado, sendo também sugeridas ao prescritor e acatadas duas substituições do medicamento anticonvulsivante (uma por interação medicamentosa e outra por reação adversa). DISCUSSÃO: O conhecimento sobre interação das drogas antivirais de ação direta com as utilizadas no tratamento paliativo do câncer metastático são pouco robustos. A revisão do aprazamento facilitou da administração dos medicamentos, a substituição do anticonvulsivante e suspensão do uso de chá preveniu a ocorrência de interação medicamentosa e contribuiu no aumento da adesão. Conclusão: o acompanhamento farmacoterapêutico dispensado à paciente demonstrou-se relevante, pois possibilitou prevenir a ocorrência de problemas relacionados aos medicamentos como eventos adversos e interações medicamentosas, evidenciando a importância da relação farmacêutico/paciente.