Revista Brasileira de Cancerologia (Mar 2005)

Residência médica na área de cancerologia no Brasil: distribuição dos programas e da oferta de vagas por região em 2003

  • Marcelo Gurgel Carlos da Silva,
  • Miren Maite Uribe Arregi

DOI
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2005v51n1.1987
Journal volume & issue
Vol. 51, no. 1

Abstract

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A Residência Médica (RM) é um tipo de instrução baseado em treinamento em serviço, para formação de especialistas. Este trabalho objetiva analisar e comparar a oferta de vagas de Residência Médica na área de cancerologia, no Brasil, em 2003, observando alguns aspectos relativos à concentração de recursos e à capacidade instalada da formação em oncologia, segundo macro-regiões. Há programas de RM, em áreas da oncologia, em 38 instituições do país. Na região Sudeste, estão 22 das instituições com programa de residência em alguma área ligada à oncologia; São Paulo tem maior representação com 42,1% das instituições; a região Sudeste mantém 58,3% dos programas, concentrando mais de dois terços das vagas, 265 (73,4%). Existe, em algumas regiões, um desequilíbrio entre as vagas ofertadas e as realmente ocupadas, com um descompasso entre o número de vagas ofertadas e a população da região, especialmente a do Sul, onde o excesso chega a 42%, sendo o deficit de vagas, no Nordeste, igual a 74,4%. Observou-se desigualdade, confirmada pelo teste de Spearman, ao comparar o número de vagas ofertadas, em cada região, com o número de casos novos e óbitos esperados de câncer. Concluindo, percebeu-se um forte desequilíbrio na distribuição de vagas, com uma grande concentração na região Sudeste, alcançando determinadas instituições. Outra questão evidenciada diz respeito à falta de preenchimento de vagas, na maioria dos programas. Chama-se atenção para a necessidade de uma avaliação da necessidade de recursos humanos na área, levando em consideração as necessidades da população e a distribuição desses.