Interface: Comunicação, Saúde, Educação (Feb 2022)
“A gente fica institucionalizado também!”: cotidiano, saúde mental e processos de trabalho na percepção das equipes de unidades socioeducativas
Abstract
O artigo pretende descrever as percepções do(a)s trabalhadore(a)s quanto ao cotidiano institucional e suas possíveis correlações com os fatores que geram sofrimento mental e crises no público atendido em sete Centros de Socioeducação (Censes) do Paraná. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados grupos focais, entrevistas e observações participantes, sendo os dados interpretados pelos princípios da hermenêutica. Observou-se uma não padronização das estruturas dos Censes e a percepção dos trabalhadores indicou dinâmicas menos institucionalizadas em estruturas menores. A privação ocupacional pareceu sinalizar o aumento do sofrimento mental do(a)s adolescentes, contrariamente ao acesso a um repertório de atividades significativas, as quais pareceram ser promotoras de saúde mental. Conclui-se que a institucionalização pode gerar sofrimento mental tanto ao(a)s adolescentes quanto às equipes que trabalham nos Censes, sendo a estruturação do cotidiano um de seus determinantes.
Keywords